Minério de ferro fecha a US$ 108,41 em Dalian e US$ 103,95 em Singapura. Vale (BOV:VALE3) recua 0,18% na B3 e acompanha ajuste global do setor de mineração.
Os contratos futuros do minério de ferro encerraram esta terça-feira (21/10) com leve alta nas principais bolsas asiáticas, em um movimento de cautela e expectativa por novas diretrizes econômicas da China. O avanço foi sustentado por apostas de estímulos ao setor industrial e por uma recuperação pontual após semanas de volatilidade.
Na Bolsa de Dalian (DCE), o contrato mais negociado — com vencimento em janeiro de 2026 — subiu 0,13%, fechando a 772,0 iuanes por tonelada, o equivalente a US$ 108,41. Já na Bolsa de Cingapura (SGX), o contrato de novembro avançou 0,38%, encerrando a sessão cotado a US$ 103,95 por tonelada.
Apesar da leve melhora, o mercado ainda sente o peso do baixo consumo de aço na China e da produção reduzida das siderúrgicas, que continuam pressionando os preços e limitando qualquer recuperação mais robusta. Os altos estoques de aço também mantêm os investidores em alerta.
O sentimento positivo foi moderado pela expectativa de que o encontro de líderes na China, previsto para o final da semana, possa resultar em novas medidas de apoio econômico. Segundo analistas, qualquer sinal de estímulo ao setor imobiliário ou à infraestrutura poderá reacender a demanda por minério.
Enquanto isso, na B3, as ações da Vale (BOV:VALE3) encerraram o pregão em leve queda de 0,18%, cotadas a R$ 60,79, acompanhando o ajuste global do setor. Na NYSE, os papéis da companhia (NYSE:VALE) recuaram 1,14%, a US$ 11,27, refletindo o sentimento misto entre investidores internacionais e expectativas pelo relatório trimestral da empresa, divulgado após o fechamento do mercado.
No cenário corporativo, a Vale anunciou nesta terça-feira a recompra de até R$ 16 bilhões em debêntures participativas, medida considerada positiva por analistas, pois reforça o foco da mineradora em eficiência financeira e redução de passivos.
Entre as gigantes globais do setor, a BHP (ASX:BHP) teve retração de -1,46%, com seus papéis sendo negociados a US$ 55,97. A empresa reportou produção trimestral abaixo das expectativas, mas mantém projeções otimistas para o fim do ano fiscal.
A Rio Tinto (LSE:RIO) também recuou -1,24%, a US$ 68,34, reagindo à queda da demanda chinesa e à ampliação dos estoques da mina de Simandou, em Guiné, que deve iniciar embarques ainda este trimestre. Já a ArcelorMittal (EU:MT) apresentou queda de -1,52%, negociada a € 38,10, influenciada por custos mais altos de energia e desaceleração nas vendas de aço na Europa.
No Brasil, o mercado de mineração segue resiliente. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) prevê investimentos de US$ 18,45 bilhões em minerais críticos até 2029, reforçando a importância do país na transição energética global. Estados como Pará e Minas Gerais continuam liderando a produção nacional.
A expectativa é que o relatório de produção e vendas do 3T25 da Vale traga dados sólidos, impulsionados por melhores volumes e preços, segundo análises de bancos como Itaú BBA e XP Investimentos, que, embora cautelosos, reconhecem a força operacional da companhia.
No panorama mais amplo, o setor mineral global caminha em meio à volatilidade e incertezas econômicas, mas com perspectivas positivas ligadas ao crescimento de minerais estratégicos e à retomada gradual da indústria siderúrgica asiática.
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