Contratos do minério de ferro caem 1,2% em Dalian e 0,99% em Cingapura. Vale (BOV:VALE3) e CSN Mineração (BOV:CMIN3) avançam com expectativa positiva sobre a China.

O mercado de minério de ferro encerrou esta quinta-feira (30/10) em leve queda, com investidores ajustando posições após três sessões consecutivas de alta. Os contratos futuros da commodity recuaram nas principais praças asiáticas, refletindo a cautela com a demanda de aço na China e a incerteza em torno das negociações comerciais entre o país e os Estados Unidos.

Na Bolsa de Dalian (China), o contrato mais negociado — com vencimento em janeiro de 2026 — fechou em 794,5 iuanes por tonelada métrica, equivalente a US$ 112,50, registrando queda de cerca de 1,2%. Já na Bolsa de Cingapura (SGX), o contrato de dezembro encerrou o pregão em US$ 105,40 por tonelada, com baixa de 0,99% frente à véspera.

Apesar da correção, analistas destacam que os preços seguem sustentados acima dos níveis de suporte técnico, impulsionados pela expectativa de novos estímulos econômicos na China e por rumores de restrição na produção de aço — fatores que podem conter a oferta e dar suporte ao minério nas próximas semanas.

Na bolsa de valores brasileira (B3), as ações da Vale (BOV:VALE3) encerraram o dia em alta de 0,82%, cotadas a R$ 63,85, acompanhando o otimismo com o setor e antecipando a divulgação dos resultados do 3º trimestre de 2025, esperados para o final do dia. Já na bolsa de Nova York (NYSE:VALE), os papéis da companhia subiram 0,26%, a US$ 11,86, refletindo a melhora no sentimento global em torno das commodities.

A CSN Mineração (BOV:CMIN3) também teve desempenho positivo, avançando 0,50%, negociada a R$ 6,03, impulsionada pela expectativa de forte geração de caixa e possível distribuição de dividendos até o fim do ano.

Em um cenário de correção global, as principais mineradoras internacionais operaram em leve baixa. Na Austrália, as ações da BHP Group (ASX:BHP) recuaram 1,24%, a US$ 57,24, acompanhando a desvalorização do minério em Dalian. A Rio Tinto (LSE:RIO) também encerrou o dia em queda de 1,21%, cotada a US$ 71,70 em Londres.

Nos Estados Unidos, a Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF) teve forte baixa de 12,34%, com o papel cotado a US$ 12,35, após divulgar números fracos de margem no trimestre. Já a ArcelorMittal (EU:MT) registrou leve queda de 0,60%, negociada a US$ 33,41, refletindo a desaceleração da demanda europeia.

Perspectivas e fatores de pressão sobre os preços do minério de ferro

Entre os principais pontos de atenção no mercado de minério de ferro estão:

  • Demanda chinesa enfraquecida: o setor de construção na China segue em desaceleração, limitando a reposição de estoques de aço.

  • Lucros comprimidos nas siderúrgicas: margens menores pressionam a compra de minério de alta qualidade.

  • Volatilidade cambial: a força do dólar influencia os contratos internacionais e a rentabilidade das exportações brasileiras.

  • Perspectiva de estímulos: expectativa de que Pequim anuncie novos incentivos fiscais e monetários ainda sustenta o sentimento positivo.


Importância das cotações do minério de ferro para a B3

O desempenho do minério de ferro segue como fator determinante para o humor da bolsa de valores brasileira, dado o peso das ações da Vale (BOV:VALE3) e da CSN Mineração (BOV:CMIN3) no Índice Bovespa (BOV:IBOV). O setor de mineração responde por boa parte do volume negociado e influencia diretamente o comportamento dos índices de commodities e exportação.

Para acompanhar em tempo real os preços do minério de ferro e outras matérias-primas, acesse a Central de Commodities da ADVFN.