Indicadores mistos mostraram desaquecimento no mercado de trabalho e leve resiliência nos PMIs; Nikkei 225 avançou para 45.769,50 pontos, enquanto iene registrou volatilidade após fala do presidente do BOJ.

O mercado financeiro japonês encerrou a quinta-feira (02/10) com uma bateria de indicadores relevantes e discurso do presidente do Banco do Japão (BOJ), Kazuo Ueda, marcando a sessão. Foram divulgados a Proporção de Ofertas de Emprego, a Taxa de Desemprego referente a agosto e os PMIs industrial e de serviços de setembro, além da fala do dirigente monetário. O índice Nikkei 225 (INDEXNIKKEI:NI225) fechou a sexta-feira (03/10) em alta de 1,85%, a 45.769,50 pontos, refletindo leitura positiva de parte dos dados e o tom do BOJ.

A Proporção de Ofertas de Emprego caiu para 1,20, abaixo da Projeção de 1,22 e do resultado anterior de 1,22. O dado sugere que a relação entre vagas disponíveis e candidatos se estreitou, sinalizando perda de fôlego na demanda por mão de obra. Esse recuo pode reforçar expectativas de cautela no mercado de trabalho, geralmente interpretado como um fator de menor pressão inflacionária.

Já a Taxa de Desemprego subiu para 2,6%, frente à Projeção de 2,4% e ao resultado anterior de 2,3%. Apesar de permanecer em patamar historicamente baixo, a alta reforça a percepção de um mercado de trabalho menos aquecido. Movimentos nessa métrica costumam afetar o iene, já que maior desemprego reduz expectativas de aperto monetário.

O PMI Composto (Manufacturing & Services PMI) recuou para 51,30 em setembro, abaixo do resultado anterior de 52,00, mas ainda acima da linha de 50, que separa contração de expansão. O dado mostra uma economia em crescimento, mas em ritmo mais lento do que o esperado.

No setor de serviços, o PMI específico surpreendeu positivamente, avançando para 53,3 frente à Projeção de 53,0 e ao resultado anterior de 53,1. Esse desempenho manteve a leitura de resiliência no consumo doméstico, um dos pilares da economia japonesa.

O evento político-econômico mais aguardado foi o discurso de Ueda, presidente do BOJ, às 22h05. Ele reforçou o compromisso da instituição em monitorar a inflação e os salários, sinalizando que ajustes futuros na política monetária dependerão da consistência dos dados. O mercado leu as falas como equilibradas, sem pressa em apertar as condições financeiras.

No mercado cambial, o iene japonês apresentou leve desvalorização frente ao dólar norte-americano (FX:USDJPY), sendo negociado a 147,27, alta de 0,11%. Frente ao euro (FX:EURJPY), a moeda recuou para 172,92 (-0,38%) e, contra a libra esterlina (FX:GBPJPY), para 198,28 (-0,42%). A oscilação refletiu a combinação dos indicadores e o discurso do BOJ.

Em resumo, a alta do Nikkei 225 foi sustentada pelo otimismo no setor de serviços e pela leitura do discurso de Ueda, enquanto os dados do mercado de trabalho reforçaram uma visão mais cautelosa da economia. Investidores agora acompanham os próximos passos da política monetária japonesa diante da desaceleração dos empregos e da resiliência parcial da atividade.

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