O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE avançou 1,0 ponto em outubro, alcançando 88,5 pontos — o segundo aumento consecutivo do indicador. Em médias móveis trimestrais, o índice também mostrou melhora, com alta de 0,6 ponto, para 87,4 pontos, reforçando o movimento de recuperação iniciado em março de 2025.
Quer ficar bem informado? Acesse o canal da ADVFN News [ grátis ]
Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, “a segunda alta consecutiva da confiança do consumidor consolida a trajetória de recuperação gradativa do indicador, iniciada em março de 2025, após as perdas incorridas no fim do ano passado. O resultado foi impulsionado pela melhora da percepção sobre o presente e das expectativas futuras, além de ter sido notadamente influenciado pela alta da confiança das famílias de menor renda. Entre os demais quesitos, destaca-se a segunda queda consecutiva do indicador de situação financeira atual e da forte queda do indicador que mede o ímpeto de compras de bens duráveis. O quadro do mês sinaliza um consumidor menos pessimista dada a manutenção do emprego e da renda junto a uma trajetória de queda da inflação nos últimos meses. Por outro lado, os níveis de inadimplência e a alta taxa de juros comprometem uma melhora mais robusta da confiança” — afirmou.
⚠️ Cadastre-se gratuitamente na ADVFN para obter notícias, cotações em tempo real,
gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.[ Cadastre-se grátis ]
A alta do ICC foi influenciada tanto pelas percepções sobre o presente quanto pelas expectativas futuras. O Índice de Expectativas (IE) e o Índice de Situação Atual (ISA) subiram 1,0 ponto cada, atingindo 92,8 e 83,0 pontos, respectivamente. No detalhamento, o indicador de situação econômica local atual avançou 2,3 pontos, para 95,5 pontos, enquanto o de situação financeira atual da família recuou 0,3 ponto, para 70,8 pontos, em sua segunda queda consecutiva.
Já entre os componentes do IE, o indicador de situação econômica local futura cresceu 2,3 pontos, chegando a 106,9 pontos — o maior patamar desde outubro de 2024. A situação financeira futura das famílias teve alta expressiva de 5,8 pontos, alcançando 89,7 pontos. Em contrapartida, o indicador de intenção de compra de bens duráveis caiu 5,6 pontos, para 82,6 pontos.
O avanço do ICC reflete um consumidor mais confiante, sustentado por um ambiente de inflação mais controlada e estabilidade no emprego, ainda que o peso da inadimplência e os juros altos mantenham o consumo contido. Para o mercado de ações, o resultado reforça o cenário de retomada gradual da economia, o que tende a favorecer setores sensíveis à renda e ao consumo, como varejo e serviços, além de influenciar positivamente os juros futuros (BMF:DI1FUT).
Mesmo sem cotação direta associada ao ICC, a melhora do sentimento do consumidor pode contribuir para o desempenho positivo de índices como o Ibovespa (BOV:IBOV) e o dólar à vista (FX:USDBRL), refletindo expectativas mais otimistas quanto à atividade econômica nos próximos meses.
Siga-nos nas redes sociais