Companhia em recuperação judicial entra em nova fase com a saída de seus principais executivos e nomeação de um Comitê de Transição determinado pela Justiça do Rio de Janeiro.

A Oi (BOV:OIBR3), em processo de recuperação judicial, comunicou a renúncia coletiva de sua alta administração, incluindo o CEO e Diretor de Relações com Investidores, Marcelo Milliet, e o CFO, Rodrigo Caldas Toledo Aguiar. A decisão, com efeito a partir de 30 de setembro de 2025, também envolve a saída de membros do Conselho de Administração, como Paul Murray Keglevic, Scott David Vogel, Paul Stewart Aronzon, Francisco Roman Lamas Mendez-Villamil e Renato Carvalho Franco.

A medida marca uma profunda reestruturação no comando da operadora, que vive um dos capítulos mais delicados desde o início de seu processo de recuperação judicial. O movimento ocorre em meio a pressões por uma nova estratégia operacional e financeira, capaz de garantir sustentabilidade e preservar os ativos essenciais da companhia.

Em cumprimento à decisão da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o gestor judicial Bruno Rezende nomeou os membros do Comitê de Transição da Oi: Fábio Wagner, André Tavares Paradizi, Gustavo Roberto Brambila e Marcelo Augusto Leite de Moraes. Esse grupo terá papel central na supervisão da empresa até a nomeação de uma nova administração definitiva.

A saída em bloco dos executivos reflete um redesenho na governança corporativa da Oi, com o objetivo de restaurar a confiança do mercado e acelerar o andamento da reestruturação. O Comitê de Transição deverá atuar de forma próxima ao Judiciário e aos credores, buscando maior transparência e estabilidade operacional.

Nesta quarta-feira (08/10), as ações da Oi (OIBR3) encerraram o pregão cotadas a R$0,38, estáveis (0,00%) em relação ao dia anterior. No acumulado das últimas 52 semanas, o papel oscila entre R$0,34 e R$5,00, refletindo a elevada volatilidade e as incertezas em torno do futuro da companhia. O mercado deverá reagir nos próximos dias à nova composição de gestão, avaliando se o Comitê de Transição conseguirá imprimir ritmo à reorganização judicial.

A Oi é uma das maiores operadoras de telecomunicações do Brasil, com atuação em serviços de telefonia móvel, internet banda larga e fibra óptica. Concorrentes diretas incluem Vivo (BOV:VIVT3), TIM (BOV:TIMS3) e Claro (América Móvil – NYSE:AMX).