Ações da Oi (BOV:OIBR3) recuam para R$0,40 nesta quarta-feira (01/10), após decisão judicial que afastou a diretoria e o conselho de administração, colocando em xeque o futuro da operadora na bolsa de valores.

A quarta-feira (01/10) começou turbulenta para os acionistas da Oi (BOV:OIBR3). A Justiça do Rio de Janeiro afastou toda a diretoria e o conselho de administração da companhia, além da consultoria Íntegra, que vinha conduzindo o segundo processo de recuperação judicial. A decisão também sinaliza um possível caminho para a falência, o que derrubou as ações da empresa em mais de 24% no pregão de hoje.

A medida foi tomada pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara de Recuperações e Falências, que destacou indícios de esvaziamento patrimonial após recentes vendas de ativos, divergências sobre o caixa disponível e custos elevados de gestão. Segundo a magistrada, a Oi vive uma situação “pré-falimentar”, exigindo a implementação imediata de um plano de transição para garantir a continuidade dos serviços de telefonia e conectividade no Brasil.

No despacho, a juíza determinou prazo de 30 dias para que a nova administração e os credores decidam entre avançar para a liquidação da empresa ou manter a recuperação judicial. Durante esse período, as obrigações relacionadas às dívidas ficam suspensas. A magistrada reforçou que a medida não configura ainda a decretação de falência, mas representa “uma antecipação parcial dos efeitos da falência”.

A Oi é responsável por atender serviços públicos em centenas de municípios e responde por cerca de 70% do funcionamento do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), o que levou a Justiça a reforçar o caráter de segurança nacional na manutenção de suas operações.

Em comunicado, a Oi informou que está “avaliando as medidas cabíveis” diante da decisão judicial, mas não detalhou quais caminhos pretende adotar para tentar reverter o afastamento e preservar sua gestão.

Por volta das 14h03 (horário de Brasília), as ações da Oi (OIBR3) recuavam 24,53%, cotadas a R$0,40. O papel abriu o pregão a R$0,45, chegou à máxima de R$0,46 e à mínima de R$0,38. O volume negociado já ultrapassava 16,9 milhões de papéis, refletindo a forte aversão ao risco dos investidores diante do cenário de incertezas sobre o futuro da companhia.

A Oi é uma das principais operadoras de telecomunicações do Brasil, com atuação em telefonia fixa, móvel e banda larga. Apesar de sua relevância estratégica, a companhia enfrenta um histórico de endividamento elevado, disputas judiciais e processos de recuperação judicial. Entre seus principais concorrentes no setor estão Telefônica Brasil (BOV:VIVT3), TIM (BOV:TIMS3) e Claro (América Móvil, NYSE:AMX).

O futuro da Oi segue indefinido, e os próximos 30 dias serão decisivos para o rumo da companhia na bolsa de valores. Para os investidores, o momento pede cautela e acompanhamento próximo das novidades do processo judicial.