O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) para a atividade industrial do Brasil registrou queda de 47,7 pontos em agosto para 46,5 pontos em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (01/10) pela S&P Global. O resultado representa a pior deterioração em 29 meses. Leituras abaixo de 50 pontos sinalizam retração na atividade.
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A indústria relatou redução nos novos pedidos, tanto do mercado doméstico quanto externo. Com a queda na demanda, a produção recuou pelo quinto mês consecutivo. Esse movimento também levou as empresas a diminuírem os preços de venda em setembro, em meio à valorização do real (FX:USDBRL) frente ao dólar norte-americano.
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“O terceiro trimestre de 2025 foi particularmente desafiador para os fabricantes brasileiros, com setembro trazendo retrações mais acentuadas nos pedidos às fábricas e na produção”, destacou em nota a diretora associada de economia da S&P, Pollyana de Lima. “Embora as vendas internacionais tenham tido um desempenho um pouco melhor do que o total de novos negócios, isso não foi suficiente para compensar o declínio mais amplo”, avaliou.
Apesar do cenário negativo, a pesquisa identificou sinais de resiliência no mercado de trabalho. Pollyana de Lima ressaltou que as empresas seguem otimistas para 2026 e mantiveram a criação positiva de empregos em setembro.
“Em uma nota mais otimista, pelo menos do ponto de vista dos fabricantes, os custos de insumos caíram pela primeira vez em quase dois anos, o que permitiu às empresas reduzir os preços de venda em uma tentativa de estimular a demanda”, acrescentou.
Impactos no mercado
O enfraquecimento do setor industrial tende a pesar sobre a percepção de crescimento da economia brasileira, refletindo em maior cautela na bolsa de valores, pressão no mercado de câmbio e possíveis ajustes nas curvas de juros futuros (BMF:DI1FUT). Para investidores, o resultado reforça a leitura de que o setor manufatureiro segue sob dificuldades, mesmo com sinais de alívio nos custos.
Contexto atual
Esse recuo do PMI ocorre em um momento em que o real mostra fortalecimento frente ao dólar norte-americano (FX:USDBRL), o que contribui para reduzir pressões inflacionárias. A notícia ganha ainda mais relevância diante do atual cenário de volatilidade nos ativos locais, já que a indústria é considerada termômetro importante para medir o ritmo da economia.
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