Os preços do petróleo bruto caíam na sexta-feira, 17 de outubro de 2025, colocando o mercado a caminho de um declínio semanal de quase 3%, enquanto os investidores assimilavam a cúpula planejada entre Donald Trump e Vladimir Putin e renovavam os sinais de um potencial excesso de oferta.
Às 07h21 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent para dezembro recuaram 60 centavos, ou 0,98%, para US$ 60,46 o barril, enquanto os contratos futuros do West Texas Intermediate para novembro recuaram 53 centavos, ou 0,92%, para US$ 56,93.
Ambas as referências recuaram quase 3% na semana, atingindo seus níveis mais baixos desde o início de maio, com a cúpula de paz planejada para Budapeste aumentando a pressão de baixa.
Mudanças no cenário geopolítico
O anúncio surpresa de quinta-feira de uma nova cúpula entre Trump e Putin na Hungria — prevista para ocorrer nas próximas duas semanas — aumentou a volatilidade do mercado. A reunião ocorre em um momento em que Moscou se mostra cada vez mais preocupada com a possível nova ajuda militar dos EUA a Kiev.
O desenvolvimento coincide com a visita de Volodymyr Zelenskiy a Washington, onde o líder ucraniano busca apoio militar adicional, incluindo mísseis de longo alcance Tomahawk. Enquanto isso, autoridades americanas intensificaram a pressão sobre a Índia e a China para que reduzam suas importações de petróleo russo.
“As preocupações com a escassez de suprimentos diminuíram depois que foi anunciado que Trump se reuniria com Putin para discutir o fim da guerra na Ucrânia”, disse Daniel Hynes, analista do ANZ.
As pressões de oferta aumentam
Novos dados de oferta adicionaram ainda mais obstáculos. A Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) relatou um aumento inesperado de 3,5 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto na semana passada, elevando os estoques totais para 423,8 milhões de barris. Analistas consultados pela Reuters previam um aumento bem menor, de 288.000 barris.
O aumento maior do que o esperado nos estoques refletiu a redução na operação das refinarias, já que as usinas entraram em manutenção sazonal. Ao mesmo tempo, a produção de petróleo dos EUA atingiu o recorde de 13,636 milhões de barris por dia, evidenciando a persistência da oferta.
O sentimento de baixa foi agravado por uma previsão recente da Agência Internacional de Energia, que projetou um excedente na oferta global até 2026.
Os contratos futuros do Brent e do WTI caíram mais de 1% na sessão anterior, fechando em seus níveis mais baixos desde 5 de maio.
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