Os preços do petróleo voltaram a subir na manhã de terça-feira, 21 de outubro de 2025, pressionados pelos crescentes temores de excesso de oferta e pelas tensões comerciais contínuas entre os EUA e a China, os dois maiores consumidores de petróleo bruto do mundo.
Às 7h09 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent para dezembro subiam 44 centavos, ou +0,72%, para US$ 61,45 o barril, enquanto o West Texas Intermediate para novembro subia 48 centavos, ou +0,83%, para US$ 58,00.
Contango sinaliza ampla oferta
Os preços atingiram seus níveis mais baixos desde o início de maio na segunda-feira, à medida que as crescentes tensões comerciais alimentaram preocupações sobre a desaceleração do crescimento global e a menor demanda por petróleo.
Tanto o WTI quanto o Brent agora entraram em contango — uma estrutura de mercado em que os preços de curto prazo são negociados abaixo dos contratos de longo prazo, normalmente um sinal de oferta abundante e consumo enfraquecido.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, incluindo a Rússia, estão pressionando para aumentar a produção, aumentando os temores de um superávit. Analistas preveem que o desequilíbrio persista no próximo ano, enquanto a Agência Internacional de Energia (AIE) projetou recentemente um superávit global de quase 4 milhões de barris por dia até 2026.
“O enfraquecimento contínuo da estrutura do spread mensal do Brent indica que a pressão do excesso de oferta no mercado de petróleo bruto está se materializando gradualmente”, escreveram analistas da Haitong Securities da China em nota na terça-feira. “Isso reduzirá as expectativas do mercado e reduzirá a disposição dos investidores em buscar ganhos, limitando o potencial de recuperação dos preços do petróleo.”
As previsões tornam-se mais pessimistas
O sentimento do mercado tornou-se mais negativo, com vários bancos reduzindo suas projeções de preços. Analistas do Goldman Sachs disseram na terça-feira que agora esperam que o Brent caia para US$ 52 o barril até o quarto trimestre de 2026, citando evidências crescentes de um excesso global.
De acordo com o banco, “o tão esperado superávit global começou a aparecer” nos dados de inventário de satélite e nos números oficiais da Administração de Informação de Energia dos EUA e da AIE.
Apesar da perspectiva pessimista, os investidores veem potencial suporte caso as relações comerciais melhorem. Uma reunião na próxima semana entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul pode trazer algum alívio aos preços, embora questões centrais como tarifas, tecnologia e acesso ao mercado permaneçam sem solução.
“Enquanto não houver novas notícias pessimistas, os preços do petróleo têm uma necessidade natural de se recuperar dos níveis de sobrevenda. Atualmente, se houver expectativas de melhora nas negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA, a probabilidade de uma recuperação aumenta”, disse Yang An, analista da Haitong Securities.
Dados de inventário em foco
Os traders estão monitorando atentamente os níveis de estoque em busca de mais pistas sobre a direção a curto prazo. Uma pesquisa preliminar da Reuters sugeriu que os estoques de petróleo bruto dos EUA provavelmente aumentaram na semana passada, antes dos relatórios do Instituto Americano de Petróleo (API) e da Agência de Avaliação de Impacto Ambiental (EIA) previstos para o final desta semana.
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