A Texas Instruments (NASDAQ:TXN) viu suas ações caírem mais de 8% no pré-mercado na quarta-feira, 22 de outubro de 2025, após emitir uma previsão mais fraca do que o esperado para o trimestre atual, aumentando a inquietação dos investidores sobre as perspectivas para a indústria de chips analógicos, já que as políticas comerciais e tarifárias dos EUA permanecem incertas.

No trimestre encerrado em 30 de setembro, a empresa de semicondutores reportou lucro ajustado de US$ 1,48 por ação, com receita de US$ 4,74 bilhões. Analistas previam US$ 1,49 por ação e receita de US$ 4,65 bilhões, segundo estimativas de consenso.

Para o quarto trimestre, a TI espera que o lucro por ação fique entre US$ 1,13 e US$ 1,39, abaixo da previsão de US$ 1,41 de Wall Street. A empresa projeta receita na faixa de US$ 4,22 bilhões a US$ 4,58 bilhões, com um ponto médio de US$ 4,4 bilhões, em comparação com a estimativa de US$ 4,51 bilhões dos analistas.

“Os ventos contrários macroeconômicos causados ​​pela incerteza comercial contínua estão pesando sobre a demanda automotiva/industrial e impedindo a recuperação mais acentuada e acima da sazonal que muitos esperavam ver com prazos de entrega extremamente curtos e um grande negócio de catálogo […] obscurecendo ainda mais a visibilidade”, escreveram analistas do BofA Securities, incluindo Vivek Arya e Duksan Jang, em uma nota.

A empresa já havia sinalizado que a demanda estava diminuindo após um aumento anterior, vinculado às novas tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em abril, que levaram os clientes a antecipar os pedidos. O diretor financeiro, Rafael Lizardi, reconheceu que “as coisas desaceleraram” após aquele mês e que as vendas “não cresceram como normalmente teriam”.

Antes da divulgação dos lucros de terça-feira, analistas da Stifel destacaram que todos os cinco principais mercados finais da TI — industrial, automotivo, eletrônicos pessoais, sistemas empresariais e equipamentos de comunicação — “exibiram desempenho abaixo da temporada em agosto, revertendo os resultados de julho”, quando todos apresentaram “faturamentos acima da temporada”. Aproximadamente 70% das vendas da TI dependem desses segmentos.

A empresa já havia alertado em julho sobre a lenta recuperação do segmento automotivo e potenciais interrupções na cadeia de suprimentos relacionadas a tarifas. Embora acordos comerciais recentes tenham amenizado um pouco o impacto, as últimas projeções da TI sinalizam pressão persistente à frente, com aumento dos custos de produção e padrões de gastos mais cautelosos por parte de seus clientes finais.

A Texas Instruments também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:TEXA34).

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