Mesmo com queda acumulada de 45% no ano, corretora mantém recomendação neutra para TUPY3 e projeta recuperação de margens apenas a partir de 2026, em meio à demanda mais fraca por veículos comerciais.

A Tupy (BOV:TUPY3) voltou ao radar dos investidores nesta quarta-feira (29/10), após a XP Investimentos revisar para baixo suas projeções para a companhia. A corretora reduziu o preço-alvo das ações de R$ 20 para R$ 15, mantendo recomendação neutra, mesmo após a ação acumular queda de cerca de 45% no ano na bolsa de valores brasileira.

Segundo a XP, o cenário permanece desafiador para o mercado de veículos comerciais no Brasil e no exterior, segmento no qual a Tupy é uma das principais fornecedoras globais de componentes estruturais. A demanda mais fraca, somada a juros elevados e menor ritmo da construção civil, dificulta uma recuperação de curto prazo.

A corretora também revisou suas projeções operacionais, incorporando menores volumes, um real mais valorizado e margens ainda pressionadas ao longo de 2025. A expectativa agora é de prejuízo líquido de R$ 15 milhões em 2025 e retorno ao lucro de R$ 175 milhões apenas em 2026, quando os ganhos com reestruturação e redução de custos devem se refletir com mais clareza nos resultados.

Outro ponto de atenção é a alavancagem. A XP estima que a relação dívida líquida/EBITDA pode encerrar 2025 em 3,1 vezes, acima dos níveis registrados no final de 2024. Para mitigar esse avanço, a Tupy vem ajustando capacidade produtiva e otimizando operações, com foco em elevar a utilização das fábricas.

No pregão de hoje, TUPY3 opera em leve alta. A ação abriu o dia a R$ 12,49, marcou mínima de R$ 12,41 e chegou à máxima de R$ 12,57, refletindo um mercado ainda cauteloso quanto ao ritmo de recuperação da indústria automotiva e da economia global.

A Tupy é uma fabricante brasileira de componentes estruturais em ferro fundido para montadoras globais, com destaque nos segmentos de veículos comerciais, máquinas agrícolas e motores industriais. A empresa atua em diversos países e também controla a MWM, com presença relevante nos mercados brasileiro e norte-americano.

Para investidores, o momento pode exigir análise criteriosa: há perspectiva de recuperação no médio prazo, mas o curto prazo segue pressionado.