ADRs da Vale (NYSE:VALE) também recuaram em Nova York, com investidores cautelosos antes da divulgação do relatório de produção do 3T25; minério de ferro fechou em alta em Dalian e Singapura.
As ações da Vale (BOV:VALE3) encerraram a sessão desta terça-feira (21/10) em leve queda de 0,18%, cotadas a R$ 60,79, em um pregão marcado por cautela e realização de lucros após o avanço de 1,65% registrado na véspera. O movimento foi acompanhado pelos ADRs da Vale (NYSE:VALE), que caíram 1,14%, negociados a US$ 11,27, em meio à expectativa pela divulgação do relatório de produção e vendas do terceiro trimestre de 2025 (3T25).
Mesmo com o recuo das ações, o minério de ferro apresentou leve recuperação nas bolsas asiáticas, o que impediu uma queda mais acentuada dos papéis. O contrato mais negociado na Bolsa de Dalian (DCE) — para janeiro de 2026 — subiu 0,13%, cotado a 772 iuanes por tonelada métrica (equivalente a US$ 108,41/t). Já em Singapura (SGX), o contrato para novembro avançou 0,38%, para US$ 103,95/t, refletindo a expectativa de novas medidas de estímulo econômico na China.
O desempenho mais fraco da Vale nas bolsas contrastou com a leve alta do minério, e analistas apontam que o mercado já precifica movimentos de correção e ajustes técnicos antes da divulgação do resultado trimestral. A XP Investimentos manteve recomendação “neutra” para o papel, com preço-alvo em R$ 66, destacando que a recomposição dos preços do minério tende a ser limitada no curto prazo.
🔹 Fatores que influenciaram o desempenho da Vale nesta terça-feira (21/10):
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Cautela antes da divulgação da prévia operacional do 3T25;
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Correção técnica após valorização na segunda-feira (20/10);
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Oscilação dos preços do minério e preocupação com a demanda chinesa;
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Expectativa de recompra de debêntures e impacto nos dividendos extraordinários;
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Revisão de recomendações por grandes casas de análise.
O mercado também repercute a decisão da companhia de recomprar até R$ 16 bilhões em debêntures participativas, operação considerada positiva para a estrutura de capital, mas que pode reduzir o potencial de distribuição de dividendos no curto prazo. Ainda assim, o Itaú BBA e o BB Investimentos mantêm projeções otimistas, com preço-alvo entre R$ 66 e R$ 68 para as ações até 2026.
No cenário internacional, as principais mineradoras também recuaram nesta terça-feira, acompanhando o clima de aversão ao risco. A BHP (ASX:BHP) caiu 1,46%, enquanto a Rio Tinto (LSE:RIO) recuou 1,20%. A ArcelorMittal (EU:MT) perdeu 1,52%, e a Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF) despencou 17,24%, refletindo resultados trimestrais mais fracos e preocupações com a demanda por aço. Em comparação, a Vale teve um desempenho relativamente melhor que a média global do setor, sustentada pela expectativa de recuperação operacional no 3T25.
Mesmo diante de um ambiente global desafiador, a Vale segue com projetos estratégicos em transição energética e reforço de portfólio em minerais críticos, o que mantém os papéis sob o radar de investidores institucionais. O mercado agora aguarda o relatório completo de produção e vendas, que deve oferecer um termômetro da saúde financeira e operacional da mineradora neste segundo semestre.
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📈 Análise técnica — VALE3 (21/10)
A ação da Vale (BOV:VALE3) encerrou o pregão desta terça-feira (21/10) com sinal de consolidação técnica, após dias de volatilidade e formação de padrões de reversão no gráfico diário. O último padrão relevante, registrado em 16/10, foi um Harami de Baixa (White Harami) — estrutura que sinaliza uma pausa no movimento comprador e indica perda de força do lado altista. Mesmo assim, a ação se manteve acima do suporte imediato em R$ 59,80, ponto-chave que, se rompido, pode abrir espaço para correções até R$ 59,22 e R$ 57,09.
Do lado positivo, a média móvel de 21 períodos segue em alta, e o Parabólico SAR ainda indica tendência de compra. Caso o papel rompa a resistência de R$ 61,35, poderá testar R$ 63,99 e posteriormente R$ 65,35, abrindo espaço para retomada até R$ 67,10 no curto prazo. Entre 13 indicadores analisados, 6 apontam alta (46%), 1 sinaliza baixa (8%) e 6 permanecem neutros (46%), configurando um cenário técnico equilibrado — com viés levemente positivo, mas dependente de catalisadores como o resultado de produção do 3T25.