A segunda-feira (06/10) foi marcada por uma agenda carregada de indicadores econômicos e discursos de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE). O destaque ficou com as Vendas no Varejo da Zona do Euro, que subiram 0,1% em agosto, em linha com a projeção do mercado, revertendo parte da queda de -0,4% registrada em julho. Na comparação anual, as vendas avançaram 1,0%, mostrando resiliência do consumo em meio ao ambiente de juros altos.
A Confiança do Investidor Sentix, outro dado relevante do dia, surpreendeu positivamente ao atingir -5,4 pontos em outubro, superando a expectativa de -7,5 e melhorando de -9,2 em setembro. O resultado indica uma melhora gradual no sentimento econômico, impulsionada pela desaceleração da inflação e por expectativas de que o BCE possa começar a flexibilizar a política monetária em 2026.
Apesar dos números ligeiramente positivos, o Euronext 100 Index recuou 0,5%, a 1.688,77 pontos, refletindo realização de lucros e a cautela dos investidores após as falas dos dirigentes do BCE. O vice-presidente Luis de Guindos e o economista-chefe Philip Lane reforçaram a necessidade de manter os juros elevados “pelo tempo necessário” para assegurar a convergência da inflação à meta de 2%. As declarações foram interpretadas como sinal de que cortes de juros ainda não estão no horizonte imediato, o que pressionou o mercado acionário europeu.
O PMI de Construção IHS S&P Global, divulgado às 04h30, manteve-se em 46,0 pontos em setembro, ligeiramente abaixo dos 46,7 anteriores, indicando continuação da contração no setor. A leitura abaixo de 50 pontos reflete fragilidade nas obras residenciais e comerciais, com destaque para Alemanha e França, onde a demanda por crédito imobiliário segue enfraquecida.
No mercado de câmbio, o euro apresentou leve desvalorização frente às principais moedas globais. O par EUR/USD recuou 0,24%, cotado a 1,1688, enquanto o EUR/BRL caiu 0,23%, a R$6,2267. O euro também perdeu força frente ao iene japonês (EUR/JPY -0,39%), à libra esterlina (EUR/GBP -0,21%) e ao dólar australiano (EUR/AUD -0,72%), refletindo a postura conservadora do BCE e o sentimento global de aversão a risco.
Apesar da fraqueza cambial, analistas destacam que o avanço das vendas no varejo e a recuperação da confiança sugerem um início de estabilização da economia da Zona do Euro, que vinha desacelerando desde o segundo trimestre. O consumo das famílias, favorecido pela queda dos preços de energia e alimentos, pode sustentar um crescimento moderado nos próximos meses.
A melhora do índice Sentix também é vista como um sinal de que os investidores estão menos pessimistas em relação às perspectivas econômicas para o bloco. Ainda assim, o tom duro do BCE manteve o mercado em compasso de espera, com os principais índices europeus fechando em terreno negativo.
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