Após meses de queda nas ações, análises divergentes movimentam a WEG (BOV:WEGE3) na bolsa de valores. JPMorgan vê potencial de alta para R$ 51,15, mas Citi reduz recomendação e preço-alvo para R$ 40.
As ações da WEG (BOV:WEGE3) voltaram ao centro das atenções nesta quarta-feira (01/10), depois que grandes bancos globais divulgaram projeções contrastantes sobre o desempenho futuro da companhia. Enquanto o JPMorgan vê um cenário otimista, com espaço para valorização de até 40%, o Citi adotou uma postura mais conservadora, cortando seu preço-alvo e a recomendação para o papel.
O relatório do JPMorgan aponta que, mesmo após a forte pressão sobre a cotação neste ano, a WEG mantém fundamentos sólidos, com caixa líquido robusto, mais de 90% da dívida fora do Brasil e cerca de 60% da receita proveniente de operações internacionais. A avaliação não foi feita pelo tradicional fluxo de caixa descontado, mas comparando a companhia com gigantes globais como Siemens, ABB e Schneider, levando a projeções de preço justo entre R$ 43,88 e R$ 51,15.
Na contramão, o Citi rebaixou a recomendação da WEGE3 de “compra” para “neutra” e reduziu o preço-alvo de R$ 53 para R$ 40. Segundo os analistas, fatores de curto prazo como tarifas mais altas sobre insumos importados, menor demanda no mercado externo e a valorização do real devem limitar o crescimento da receita da companhia. O banco projeta que apenas em 2026 a WEG volte a apresentar expansão de dois dígitos em sua receita.
Outro gigante de Wall Street, o Morgan Stanley, também sinalizou cautela. O banco projetou crescimento tímido de 3% na receita líquida da WEG no segundo semestre de 2025, bem abaixo da média histórica da companhia, que costumava crescer cerca de 17% ao ano entre 2010 e 2024.
Até as 13h55 de hoje, os papéis da WEG (BOV:WEGE3) eram negociados a R$ 35,54, em queda de 2,87%, após abrirem o pregão a R$ 36,29. A mínima do dia foi de R$ 35,25 e a máxima de R$ 36,36, com volume negociado acima de 6 milhões de ações. No acumulado de 2025, o papel já caiu cerca de 34%, refletindo meses de pessimismo.
A WEG S.A. é uma das maiores fabricantes globais de equipamentos elétricos, com forte presença nos segmentos de motores, automação, energia e soluções industriais. Fundada em Santa Catarina, a companhia é hoje uma referência em inovação e exportações, competindo com grandes multinacionais no mercado de eletrificação.
O embate entre recomendações otimistas e cautelosas reforça que o investidor deve olhar para a WEG com atenção redobrada neste momento. Quem acompanha o setor industrial e elétrico pode encontrar boas oportunidades, mas também precisa estar preparado para a volatilidade.