O ânimo do consumidor nos Estados Unidos deu um passo significativo para trás no início de novembro. O tão observado Índice de Confiança do Consumidor, calculado pela Universidade de Michigan, registrou uma queda forte de 6,2% na comparação com outubro, alcançando 50,3 pontos. Esta leitura preliminar, divulgada na sexta-feira (07/11), pinta um quadro preocupante, mostrando uma retração de impressionantes 29,9% quando comparada ao mesmo período do ano passado.

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A desconfiança não poupou nenhuma dimensão da pesquisa. O subíndice que mede as Condições Econômicas Atuais sofreu um baque ainda maior, recuando 10,8% frente a outubro e acumulando uma queda anual de 18,2%, para ficar em 52,3 pontos. Já o Índice de Expectativas do Consumidor, que reflete a percepção sobre o futuro, teve uma queda mensal de 2,6%, mas um tombo anual dramático de 36,3%, chegando a apenas 49 pontos.

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O relatório trouxe nuances importantes sobre a inflação, um dos principais termômetros para o Federal Reserve (Fed). “As expectativas de inflação para o próximo ano subiram ligeiramente de 4,6% no mês passado para 4,7% neste mês e permaneceram bem abaixo dos níveis de maio, após os anúncios iniciais de grandes mudanças tarifárias. As expectativas de inflação de longo prazo caíram de 3,9% no mês passado para 3,6% em novembro. Essas expectativas estão agora abaixo do ponto médio entre os níveis observados há um ano e a projeção máxima de 2025, de abril”, afirmou o relatório.

Esta notícia tem o potencial de criar ondas de volatilidade nos mercados globais. Um consumidor mais pessimista nos EUA pode sinalizar uma desaceleração no consumo, o motor principal da maior economia do mundo. Isso poderia aliviar as pressões inflacionárias de demanda, dando mais flexibilidade ao Fed para eventualmente pausar ou até mesmo reverter sua política de juros altos. No câmbio, um Fed menos “hawkish” poderia pressionar o dólar norte-americano (FX:USDBRL) e, por tabela, oferecer algum alívio ao Real. Para a bolsa de valores global, especialmente para índices como o S&P 500 (SPI:SP500) e o Nasdaq Composite (NASDAQI:COMPX), a notícia é de dupla face: enfraquece as perspectivas de lucros das empresas, mas pode ser vista com bons olhos por antecipar um fim mais rápido do aperto monetário.

No contexto atual, onde o mercado busca avidamente por sinais sobre a direção da política monetária do Fed, a forte deterioração da confiança, aliada à queda nas expectativas de inflação de longo prazo, adiciona um ingrediente crucial ao cenário. Isso pode fazer com que os investidores passem a precificar um ciclo de afrouxamento monetário mais agressivo no futuro, influenciando diretamente os preços dos títulos de dívida e o valuation de empresas sensíveis a juros.

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