A semana econômica inicia com moderação nesta transição entre domingo (09/11) e segunda-feira (10/11), mas com indicadores que podem sinalizar tendências iniciais para o sentimento global. Nos Estados Unidos, o principal destaque é o relatório de estoques e vendas no atacado de agosto, divulgado na segunda-feira (10/11) às 12:00. O mercado projeta uma queda de -0,2% mensal nos estoques (anterior: -0,2%), enquanto as vendas devem crescer +1,4% (anterior: +1,4%). Esses números, se confirmados, indicam um equilíbrio entre oferta e demanda, mas uma surpresa negativa em vendas poderia elevar o ratio estoque-vendas acima de 1,35, sinalizando excesso de estoque e pressionando a manufatura.
Esse relatório é crucial para o Fed, especialmente após o PMI de serviços forte na semana anterior. Se os estoques caírem mais que o esperado, reforça a narrativa de soft landing, baixando yields dos Treasuries de 10 anos abaixo de 4,25% e beneficiando títulos públicos de longo prazo, como os T-Bonds. Inversamente, vendas fracas poderiam fortalecer o dólar (DXY), impactando emergentes via carry trade. Para ações, um ratio elevado pressiona o S&P 500 Industrial (-0,5% na semana passada), enquanto leilões de Bills (13:30 ET) e Note a 3 anos (15:00 ET) na segunda testam apetite por dívida curta.
No Brasil, o Boletim Focus do Banco Central, revelado na segunda-feira (10/11) às 08:25, é o termômetro semanal do mercado. As projeções atuais apontam para IPCA de 4,70% em 2025 (anterior: 4,72%), Selic terminal em 10,50% (estável) e PIB de 2,17% (anterior: 2,16%). Uma redução maior na inflação (para abaixo de 4,70%) aliviaria o tom hawkish do Copom, com Selic mantida em 15%, mas adiando cortes para 2026. Dólar projetado em R$ 5,60 (estável) e fluxo cambial positivo.
O Boletim Focus influencia diretamente os juros futuros: uma projeção de IPCA mais baixa poderia recuar o DI janeiro/2027 para 11,90%, atraindo fluxos para títulos públicos prefixados (LTN) e beneficiando NTN-B com inflação controlada. Se as expectativas de Selic subirem (acima de 10,50%), pressiona o real para R$ 5,65, volátilizando ações do Ibovespa, especialmente bancos sensíveis a spreads. O relatório reforça o superávit comercial de US$ 6,96 bi da semana passada, sustentando commodities.
Na Europa, o Sentix Investor Confidence de novembro sai na segunda-feira (10/11) às 06:30, com projeção de -5,4 (anterior: -12,7). Um número acima de -5 indicaria otimismo crescente entre investidores institucionais, após o PMI composto de 52,5 na semana anterior. A confiança do consumidor espanhol (07:00 CET) projeta 81,5 (anterior: 81,5), estável, enquanto a balança comercial portuguesa (08:00 CET) estima -8,62 bilhões de euros (anterior: -8,62B). Leilões franceses de BTF (11:00 CET) testam yields curtos.
Se o Sentix melhorar para acima de -5, fortalece o euro em 0,5% ante o dólar, estreitando spreads de títulos periféricos como BTP italiano e impulsionando o Euro Stoxx 50 (+1,1% na semana passada). Um resultado pior reforça dovish do BCE, baixando yields dos Bunds para 2,30% e beneficiando ações de bancos. Para Portugal e Espanha, balança negativa pressiona euro e yields soberanos, limitando ganhos regionais.
Na Ásia-Pacífico, o resumo das opiniões do BoJ é liberado no domingo (09/11) às 20:50, sem projeção numérica, mas focado em estímulos pós-PMI industrial de 48,2. As reservas internacionais japonesas (20:50 JST) estimam 1.341,3 bilhões de USD (anterior: 1.341,3B), estáveis. Na Austrália, alvarás de construção de setembro saem no domingo (09/11) às 21:30, com projeção de +12,0% mensal (anterior: -6,0%) e casas particulares +4,0% (anterior: -2,6%). Vendas de motos na Indonésia (23:00 WIB) projetam +7,30% anual (sem anterior).
Para o Japão, um resumo dovish do BoJ enfraquece o iene em 0,4%, beneficiando exportadores no Nikkei (+0,9% recente) e baixando yields de JGBs. Reservas estáveis sustentam carry trade. Na Austrália, alvarás acima de +12% impulsiona AUD em 0,3%, elevando yields e ações do ASX 200, mas fraco pressiona RBA hawkish. Indonésia vê motos fortes beneficiando rupia e ações locais.
Outros destaques incluem confiança do consumidor indonésio na segunda (10/11) às 00:00 (projeção: 115; anterior: 115), estável, e discurso do BoJ (00:40). Indicadores japoneses como índice coincidente (02:00 JST, projeção: -1,3%; anterior: -1,3%) e antecedentes (107,0; +1,3%) sinalizam recuperação modesta.
Na Nova Zelândia, expectativas de inflação trimestrais na segunda (10/11) às 23:00 projetam 2,3% (anterior: 2,28%), alinhado à meta do RBNZ. Acima de 2,3% pressiona NZD e yields, beneficiando ações. Na Austrália, confiança Westpac (20:30, projeção: -3,5%; anterior: -3,5%) e NAB (21:30) medem otimismo.
No Reino Unido, vendas no varejo BRC de outubro na segunda (10/11) às 21:01 projetam +2,0% anual (anterior: 2,9%). Acima impulsiona libra e FTSE 100; abaixo, eleva yields dos Gilts com BoE cauteloso.
Esses indicadores iniciais da semana podem definir o tom: EUA com estoques fracos aliviando Fed, Brasil com Focus dovish beneficiando real, Europa com Sentix positivo sustentando euro, Ásia com BoJ e AUD guiando carry trades. Títulos públicos atraem em dados fracos; juros sobem com otimismo; câmbio favorece majors; ações reagem a consumo.
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