Revisão nas expectativas para crescimento da carteira e despesas gera sinal de prudência; ação recua no pregão desta quinta-feira
O Banco ABC Brasil (BOV:ABCB4), instituição financeira com foco em crédito corporativo e middle market, registrou lucro líquido de R$ 256,8 milhões no terceiro trimestre de 2025, um crescimento discreto de 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da expansão, o banco revisou para baixo as projeções de crescimento para 2025, o que trouxe maior cautela ao mercado.
A margem financeira da companhia evoluiu 4,9%, alcançando R$ 652 milhões, enquanto a receita com prestação de serviços teve queda de 5,6%, totalizando R$ 110,7 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) recorrente ficou em 15,5%, representando leve redução anual.
A carteira de crédito expandida somou R$ 52,3 bilhões, apresentando alta de 4,6% em relação a setembro do ano anterior — ritmo inferior ao inicialmente projetado pela instituição. Diante do cenário macro mais desafiador, o banco reduziu a expectativa de crescimento da carteira para 1% a 4%, ante projeção anterior de 7% a 12%. A projeção de crescimento das despesas também foi revisada, passando de 6% a 11% para 4% a 7%. Já o índice de eficiência deve subir para o intervalo entre 39% e 40%, acima do guidance anterior.
No pregão desta quinta-feira, as ações ABCB4 operam em queda. Às 13h23, o papel era negociado a R$ 23,00, recuo de 1,54%, após abrir a sessão a R$ 23,35, oscilando entre R$ 22,82 e R$ 23,40. O movimento reflete a interpretação do mercado de que o banco está adotando uma postura mais conservadora diante de um ambiente econômico menos previsível.
O Banco ABC Brasil atua principalmente com crédito para empresas e serviços financeiros especializados, competindo em um segmento que inclui bancos como BTG Pactual (BOV:BPAC11) e Banco Daycoval (não listado). A instituição é reconhecida pela atuação mais seletiva e perfil de risco controlado.
Para investidores, o momento sugere atenção à capacidade de crescimento da carteira frente ao cenário macro e ao comportamento do custo do crédito ao longo dos próximos trimestres.