O Bank of America Securities afirma que a recente queda acentuada das ações do setor de defesa europeu criou um ponto de entrada potencialmente atraente, observando que o setor sofreu uma desvalorização significativa nos últimos três meses.

Segundo a corretora, o prêmio de avaliação do setor em relação ao STOXX Europe 600 caiu drasticamente, uma vez que o volume de encomendas alemãs não correspondeu às elevadas expectativas e diversas projeções para 2026 — incluindo a da Hensoldt — decepcionaram. As ações do setor de defesa, que anteriormente eram negociadas com um prêmio de 120% a 130% após os anúncios de Munique e a meta de crescimento do PIB de 3,5% da OTAN, agora recuaram para um prêmio de cerca de 70% em relação ao SXXP.

O Bank of America destacou que as empresas europeias de defesa estão atualmente avaliadas em 11,6x o valor da empresa em relação ao EBIT, com base em estimativas para 2028, com alavancagem líquida zero no nível do setor — um cenário que a empresa considera “altamente atraente se o crescimento do orçamento de defesa persistir”. Acrescentou ainda que as tendências de gastos a longo prazo continuam favoráveis ​​e que a retração do setor representa um “ponto de entrada atraente”.

A corretora observou que as oscilações de avaliação foram substanciais: de um prêmio de 36% no início de 2025, a uma alta pós-OTAN e, agora, uma retração significativa. Antes da Covid-19, o setor normalmente negociava com um prêmio de 20% durante expansões orçamentárias e um desconto de 20% em recessões, enquanto a guerra na Ucrânia elevou as avaliações a patamares elevados de prêmios de 20% a 50%.

Apesar da correção, o Bank of America mantém uma visão construtiva sobre os fundamentos. A instituição prevê um crescimento orgânico médio da receita de aproximadamente 12,5% entre 2025 e 2030, uma expansão de margem de cerca de 280 pontos-base e um crescimento anual composto do lucro por ação próximo a 20%. Caso os membros da OTAN aumentem seus gastos com defesa para 3,5% do PIB, o banco estima uma demanda adicional de US$ 310 bilhões — ou cerca de US$ 187 bilhões, considerando uma meta de 3% em comparação com os níveis de 2025.

Olhando para o futuro, o Bank of America prevê que 2026 estabelecerá um recorde para a relação entre pedidos e faturamento, à medida que os governos europeus continuam a reconstruir a capacidade de produção de defesa. As empresas também indicaram que o crescimento provavelmente se acelerará entre 2027 e 2029, com a entrada em operação de novas capacidades.

Embora as negociações diplomáticas continuem — com o Financial Times noticiando recentemente o acordo da Ucrânia com uma cláusula que limita o número de tropas em tempos de paz a 800.000 — o Bank of America afirmou que um cessar-fogo não alteraria sua visão de longo prazo sobre os gastos com defesa na Europa. Em sua avaliação, a recente queda nas ações reflete expectativas de estabilização, e não de uma retomada do crescimento, e as avaliações atuais não levam em conta totalmente o crescimento projetado.

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