A Revisão de Estabilidade Financeira divulgada pelo Banco Central Europeu nesta quarta-feira (26/11/2025) trouxe um diagnóstico claro: mesmo com a melhora recente do ambiente global, a zona do euro ainda navega em águas marcadas por incertezas duradouras. O BCE destacou que a combinação entre tensões comerciais persistentes e preocupações fiscais nas principais economias pode desencadear novos episódios de volatilidade.

“As medidas de incerteza em relação à política comercial diminuíram consideravelmente em comparação com os picos de abril, mas a incerteza persiste, com potencial para novos aumentos”, afirmou o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos. O relatório também chamou atenção para o fato de que as ações globais continuam renovando recordes históricos e que os spreads de crédito seguem em níveis estreitos, mesmo com avaliações elevadas e concentração crescente que podem levar a “ajustes bruscos”.

Outro ponto de alerta veio do lado fiscal. Segundo o BCE, o aumento das dívidas públicas nas maiores economias tem potencial para afetar os mercados globais de títulos, criando possíveis efeitos de contágio na zona do euro por meio de fluxos de capitais, movimentos bruscos no câmbio e custos de financiamento mais elevados. Ainda assim, o banco central ressaltou que o sistema bancário da região permanece sólido, observando que as instituições financeiras “demonstraram resiliência aos choques recentes, em meio a uma forte rentabilidade e amplas reservas de capital e liquidez”.

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