As bolsas de valores da Europa encerraram a segunda-feira, 24 de novembro, sem um movimento claro de direção, em um pregão marcado por notícias corporativas relevantes e pela leitura cuidadosa do cenário macroeconômico global. Investidores acompanharam, de perto, as projeções para a economia do continente e a volta das apostas em um possível corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro, o que adicionou volatilidade ao dia.
O desempenho dos principais índices europeus refletiu essa combinação de cautela e seletividade. O FTSE 100 fechou em queda de 0,05%, a 9.534,91 pontos, enquanto o DAX avançou 0,7%, a 23.253,10 pontos. Já o CAC 40 recuou 0,29%, a 7.959,67 pontos, e o FTSE MIB caiu 0,85%, a 42.298,17 pontos. Em sentido oposto, o Ibex 35 subiu 0,92%, a 15.967,80 pontos, e o PSI 20 perdeu 0,04%, a 8.052,29 pontos. As cotações ainda são preliminares.
Entre os destaques corporativos, a Bayer liderou os ganhos após suas ações saltarem 11,7% em Frankfurt, impulsionadas pela divulgação de resultados positivos de um estudo de Fase III para um medicamento de prevenção de AVC. Já a Novo Nordisk viu seus papéis despencarem 5,79% em Copenhague, depois que a semaglutida falhou em atingir o objetivo principal em um amplo ensaio clínico para um possível tratamento de Alzheimer. A AstraZeneca avançou 0,96% em Londres após anunciar, na sexta-feira, um investimento de US$ 2 bilhões em sua fábrica de biológicos.
No setor de defesa, o clima foi de retração em meio às negociações entre Estados Unidos e Ucrânia sobre um possível plano de paz. As ações da Rheinmetall caíram 5%, da Renk 5,1%, da Hensoldt 5,2% e da Saab 5,6%. Já a Anglo American subiu 0,92%, após a BHP desistir de uma tentativa de aquisição da rival britânica.
No campo macroeconômico, o índice de sentimento das empresas da Alemanha apresentou uma piora mais intensa do que a esperada, reforçando preocupações sobre a recuperação econômica do país. Paralelamente, em um discurso, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a adoção da inteligência artificial pode dar vantagem competitiva à Europa. Além disso, o BCE alertou, em uma publicação, que as stablecoins podem drenar depósitos bancários e enfraquecer a capacidade de crédito.
Para os mercados financeiros, a combinação de incertezas econômicas, movimentos corporativos e expectativa de corte de juros nos Estados Unidos pode gerar curtos períodos de volatilidade nas bolsas de valores, além de influenciar o câmbio e os juros soberanos europeus. Investidores seguem monitorando indicadores e novas sinalizações monetárias.
Considerando as cotações observadas no fechamento, o cenário mostra uma Europa ainda dividida entre otimismo seletivo e alertas macroeconômicos. Assim, a repercussão dessa notícia tende a seguir relevante nos próximos pregões, especialmente diante da proximidade da decisão do Federal Reserve.
Siga-nos nas redes sociais