Receita líquida caiu para R$ 17,30 bilhões e Ebitda recorrente ficou em R$ 818 milhões; ações BRKM5 fecharam a R$ 6,54

A Braskem (BOV:BRKM5), maior petroquímica da América Latina, divulgou seu balanço do terceiro trimestre, registrando prejuízo líquido de R$ 26 milhões. Embora o número ainda esteja no campo negativo, representa uma forte redução em relação ao prejuízo de R$ 592 milhões observado no mesmo período do ano anterior, sinalizando uma melhora gradual no desempenho financeiro da companhia.

O Ebitda recorrente somou R$ 818 milhões, ante R$ 2,39 bilhões um ano antes. Já a receita líquida caiu cerca de 20% na comparação anual, para R$ 17,30 bilhões. O setor segue pressionado por margens mais apertadas e demanda global fraca por resinas e químicos básicos, refletindo ainda o cenário macroeconômico desafiador.

Segundo a Braskem, a média de utilização das centrais petroquímicas no Brasil e na América do Sul ficou em 65% no período. O desempenho foi menor do que no segundo trimestre de 2025, principalmente por conta da parada programada na unidade do Rio de Janeiro e da adoção de medidas de resiliência voltadas à otimização de estoques.

Já nos Estados Unidos e na Europa, a taxa alcançou 79%, impulsionada por um nível de operação mais elevado nas plantas norte-americanas. No México, a utilização foi afetada pela primeira parada geral de manutenção da central petroquímica, uma operação de grande porte que mobilizou mais de 3 mil pessoas e foi concluída em 31 de julho.

Nos últimos trimestres, a Braskem vem lidando com volatilidade internacional de preços, competição global crescente e mudanças no câmbio. A companhia segue ajustando capacidade e buscando otimizar custos como estratégia para atravessar o ciclo mais fraco da indústria petroquímica.

O investimento previsto para ser realizado ao longo de 2025 pela Braskem (ex-Braskem Idesa e ex-REIQ Investimentos) é de US$ 404 milhões (R$ 2,4 bilhões). No 3T25, a Braskem realizou investimentos no valor de aproximadamente US$ 133 milhões (R$ 725 milhões) (ex-Braskem Idesa e REIQ-Investimentos).

No 3T25, a Braskem apresentou consumo operacional de caixa de R$ 334 milhões em função, principalmente: (i) dos maiores desembolsos com investimentos operacionais (CAPEX) dada a sazonalidade de execução do segundo semestre, com destaque para a realização da parada programada na central petroquímica do Rio de Janeiro e da parada geral de manutenção na central petroquímica da Braskem Idesa; (ii) maiores desembolsos com investimentos estratégicos considerando os recursos disponíveis através do REIQ investimentos.

Em 30 de setembro de 2025, o saldo da dívida bruta corporativa era de US$ 8,4 bilhões, em linha com o saldo apresentado em 30 de junho de 2025. No final do período, a dívida corporativa em moeda estrangeira representava, no final do período, 90% da dívida total da Companhia.

No fechamento da segunda-feira (10/11), as ações Braskem PNA (BRKM5) encerraram cotadas a R$ 6,54, com estabilidade no pregão. Com o balanço agora divulgado, o mercado deve reagir nesta quarta-feira (12/11) avaliando mais atentamente a trajetória de recuperação, eficiência operacional e perspectivas para margens no curto prazo.

A Braskem atua na produção de resinas termoplásticas, petroquímicos básicos e biopolímeros, sendo fornecedora importante para setores de embalagens, construção civil, automotivo, bens de consumo e indústria. Entre seus concorrentes globais estão empresas como Dow e LyondellBasell.

Para investidores, o cenário segue desafiador, mas a melhora no prejuízo pode indicar estabilização no ciclo operacional. Acompanhar margens, custos e guidance será essencial daqui para frente.