O dólar americano recuou ligeiramente na quinta-feira, 13 de novembro de 2025, depois que o presidente norte-americano Donald Trump sancionou uma lei para encerrar a paralisação governamental mais longa do país, elevando o apetite por risco, enquanto a libra esterlina teve dificuldades para ganhar força após os fracos dados de crescimento do Reino Unido.

Às 05h50 (horário de Brasília), o Índice do Dólar — que mede o valor da moeda americana em relação a seis outras moedas principais — caiu 0,2%, para 99,150, aproximando-se de seu nível mais baixo em quase um mês.

Dólar, considerado porto seguro, se desvaloriza após restabelecimento do financiamento governamental

O dólar, normalmente procurado em tempos de incerteza, recuou depois que Trump assinou o projeto de lei na noite de quarta-feira no Salão Oval, abrindo caminho para a retomada do financiamento federal após uma votação na Câmara no início daquele dia.

O avanço ocorreu apenas algumas horas antes de a paralisação completar 43 dias consecutivos, consolidando-se como a mais longa paralisação federal da história dos EUA.

O impasse interrompeu uma ampla gama de serviços governamentais — especialmente o quadro de funcionários relacionados à aviação e à segurança — e paralisou a publicação de indicadores econômicos vitais nos quais o Federal Reserve se baseia antes da reunião de política monetária do próximo mês.

Com a reabertura de Washington, os mercados esperam uma enxurrada de divulgações de dados atrasados, incluindo o tão aguardado relatório mensal de empregos.

Analistas do ING observaram: “A Casa Branca afirmou que é improvável que os dados de emprego e do IPC de outubro sejam divulgados, o que significa que a volatilidade levará tempo para aumentar.”

Libra esterlina enfrenta dificuldades apesar da desvalorização do dólar

Do outro lado do Atlântico, o par GBP/USD permaneceu praticamente inalterado em 1,3133, sem conseguir capitalizar a queda do dólar após os dados de crescimento do Reino Unido terem ficado abaixo do esperado.

Os números divulgados na quinta-feira mostraram que a economia do Reino Unido cresceu apenas 0,1% entre julho e setembro, desacelerando em relação aos 0,3% registrados no trimestre anterior.

A atividade em setembro apresentou queda, com o PIB mensal recuando 0,1%, ficando abaixo da estabilidade registrada em agosto e aumentando a pressão sobre o Banco da Inglaterra para retomar o afrouxamento monetário.

O ING comentou: “Isso complica um pouco mais o trabalho da Ministra das Finanças, Rachel Reeves, antes do Orçamento do Reino Unido, onde ela tentará tranquilizar os mercados com medidas fiscalmente prudentes, ao mesmo tempo que procura não prejudicar excessivamente o crescimento nem estimular a inflação.”

Entretanto, o par EUR/USD subiu 0,2%, para 1,1612, antes da divulgação dos dados de produção industrial da zona do euro referentes a setembro, que devem mostrar uma recuperação mensal de 0,7% após uma queda acentuada de 1,2% anteriormente.

O ING escreveu: “O par EUR/USD tem tentado romper a resistência de 1,160 e, embora estejamos otimistas em relação ao par até o final do ano, admitimos que um movimento decisivo de alta pode ser um pouco prematuro. São necessários alguns dados econômicos fracos dos EUA antes que 1,170 se torne uma meta realista de curto prazo para o EUR/USD. Por enquanto, esperamos uma negociação mais lateralizada.”

O iene se aproxima dos níveis de intervenção

Na Ásia, o USD/JPY apresentou pouca variação, cotado a 154,77, após ter ultrapassado brevemente a marca de 155 pela primeira vez em quase dez meses. O iene também atingiu uma nova mínima histórica em relação ao euro, reforçando o crescente sentimento pessimista em relação à moeda.

O limite de 155 já desencadeou a intervenção do governo japonês no passado, e os investidores agora estão observando para ver se o governo da primeira-ministra Sanae Takaichi intervirá novamente.

Em outros mercados, o USD/CNY caiu 0,2%, para 7,0966, após uma fixação mais forte da taxa de câmbio média pelo Banco Popular da China, enquanto o AUD/USD subiu 0,6%, para 0,6577, com dados de emprego melhores do que o esperado reduzindo as expectativas de novos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central da Austrália.

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