O mercado financeiro inicia esta terça-feira (04/11) com um cenário de contrastes entre o exterior e o Brasil. Enquanto os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em queda, refletindo uma postura mais cautelosa dos investidores, o ambiente doméstico se mostra mais otimista, impulsionado por expectativas de cortes na taxa básica de juros e pela divulgação de importantes balanços corporativos.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros do S&P 500 e do Nasdaq recuam após uma sequência de ganhos recentes. O avanço anterior foi alimentado pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial, com grandes empresas de tecnologia reforçando seus investimentos no setor. No entanto, a realização de lucros e a espera por novos dados econômicos trazem um tom mais defensivo ao pregão de hoje.
Entre os destaques internacionais do dia, os investidores acompanham os resultados trimestrais de empresas como AMD, Uber, Spotify e SuperMicro. Essas companhias, fortemente ligadas à inovação e ao setor de tecnologia, têm papel central na narrativa de crescimento da IA, que vem sustentando parte do otimismo nos mercados globais.
No Brasil, o foco se volta para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina nesta quarta-feira. A expectativa é de que a taxa Selic seja mantida em 15%, mas o mercado estará atento ao comunicado da autoridade monetária. Um tom mais brando pode sinalizar o início do ciclo de cortes já em dezembro, embora a maioria dos analistas ainda projete esse movimento para janeiro.
A manutenção de uma política monetária conservadora tem favorecido a entrada de capital estrangeiro, especialmente por meio do carry trade — estratégia que se beneficia de juros elevados. Esse fluxo de recursos tem fortalecido o real e impulsionado o Ibovespa, que recentemente superou a marca simbólica dos 150 mil pontos, refletindo a confiança dos investidores no cenário doméstico.
Além da política monetária, o dia é movimentado pela divulgação de balanços corporativos relevantes. Antes da abertura do mercado, Embraer e Klabin apresentam seus resultados, enquanto o Itaú, maior banco privado do país, divulga seus números após o fechamento. As projeções são positivas e podem reforçar o bom humor dos investidores.
No campo macroeconômico, será divulgado o dado de produção industrial, que pode oferecer pistas sobre o ritmo da recuperação econômica brasileira. O desempenho da indústria é um dos termômetros mais sensíveis da atividade e pode influenciar as expectativas para o crescimento do PIB no último trimestre do ano.
No Congresso, o Senado deve votar hoje propostas relacionadas ao Imposto de Renda e medidas de compensação fiscal. Essas pautas têm potencial de impacto direto nas contas públicas e no ambiente de negócios, sendo acompanhadas de perto por agentes econômicos e analistas.
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Combinando um cenário externo de maior cautela com fundamentos internos sólidos, o mercado brasileiro inicia o dia com potencial de resiliência. A atenção se volta para os desdobramentos da reunião do Copom e para os resultados corporativos, que devem ditar o ritmo dos negócios ao longo da semana.
Acompanhe em tempo real as principais cotações do mercado financeiro mundial na ADVFN:
Antes da abertura das bolsas de valores nos Estados Unidos e no Brasil, os mercados globais operam em terreno negativo. Os futuros norte-americanos indicam um início de sessão com perdas: Dow Jones (DOWI:DJI) recua 0,73%, S&P 500 (SPI:SP500) cai 0,96% e Nasdaq (NASDAQI:COMPX) lidera as baixas com -1,28%, refletindo ajustes após o recente rali impulsionado pela inteligência artificial. Na Ásia, os principais índices também encerraram o pregão em queda, com destaque para o Nikkei do Japão (-1,74%) e o Hang Seng de Hong Kong (-0,79%), sinalizando cautela dos investidores diante de incertezas econômicas.
Na Europa, o sentimento negativo se mantém, com o STOXX 600 recuando 1,22% e o DAX (DBI:DAX) alemão perdendo 1,60%. O petróleo apresenta movimentos mistos: o WTI (CCOM:CRUDEOIL) cai 1,05%, cotado a US$ 60,41, enquanto o Brent (CCOM:BRENTOIL) sobe 0,68%, a US$ 64,45. O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian registra queda de 1,71%, cotado a 775,50 iuanes (US$ 108,90), e o Bitcoin (COIN:BTCUSD) recua 2,08%, negociado a US$ 104.409,00. Esses dados ajudam a compor o cenário de expectativa para os negócios no Brasil, que seguem atentos à decisão do Copom, aos balanços corporativos e à movimentação do Ibovespa (BOV:IBOV), que ontem atingiu os 150 mil pontos.
Terça-feira decisiva: indicadores, eventos e balanços movimentam o mercado.
A agenda econômica desta terça-feira (04/11) está repleta de dados relevantes que podem influenciar o humor dos investidores ao longo do dia. No Brasil, o destaque matinal fica por conta da divulgação do IPC de outubro pela Fipe às 5h, seguido pela Pesquisa Industrial Mensal de setembro do IBGE às 9h, que pode trazer pistas sobre o ritmo da atividade econômica. No cenário internacional, o Japão publica às 20h50 a ata da penúltima reunião do Banco Central, enquanto a China divulga às 22h45 o PMI composto final de outubro, indicador importante para avaliar a saúde da segunda maior economia do mundo.
Entre os eventos institucionais, o dia começa com a presidente do BCE, Christine Lagarde, discursando na Bulgária às 4h40. Mais tarde, às 8h35, Michelle Bowman, diretora do Federal Reserve, participa da Conferência Bancária Internacional do Santander, na Espanha. No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marca presença no Bloomberg Green Summit às 9h, enquanto às 10h tem início a primeira sessão da reunião do Copom, que decidirá os rumos da taxa Selic — um dos pontos mais aguardados pelos agentes do mercado.
No campo corporativo, os balanços ganham protagonismo. Antes da abertura da B3, Embraer e Klabin revelam seus resultados, podendo influenciar diretamente o desempenho das ações. Após o fechamento, o mercado acompanha os números de gigantes como Itaú, CSN, CSN Mineração, GPA, Iguatemi, Prio, RD Saúde e C&A. Nos Estados Unidos, os investidores aguardam os balanços de AMD, Super Micro Computer e AIG, todos divulgados após o encerramento das negociações.
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