O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE voltou a decepcionar em novembro, ao cair 0,7 ponto e alcançar 89,1 pontos, reforçando o clima de cautela que já vinha se acumulando ao longo do ano. Em médias móveis trimestrais, o indicador também mostrou fraqueza, com recuo de 0,4 ponto, para 89,8 pontos. Trata-se de mais um capítulo no prolongado período de dificuldade enfrentado pelas empresas industriais em meio a um ambiente macroeconômico desafiador.
Segundo o FGV IBRE, “Em novembro a confiança da indústria caiu pela oitava vez no ano, ampliando o sentimento de pessimismo no setor. Nas avaliações sobre o momento atual dos negócios, as empresas reportam elevado nível de estoques e piores avaliações sobre a demanda. Quanto ao futuro, apesar da melhora, o resultado de novembro tem característica de compensação após os resultados negativos dos últimos cinco meses. O resultado da sondagem retrata a complexidade do ambiente macroeconômico para o setor industrial que sofre com a política monetária contracionista. Apesar do bom momento do mercado de trabalho, a indústria segue pessimista com a demanda e o alto nível de estoques, indicando estar distante de um reaquecimento da atividade.”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
A queda não foi isolada: em novembro, 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados registraram piora na confiança, puxada principalmente pela deterioração na percepção sobre a situação atual. O Índice Situação Atual (ISA) recuou 4,6 pontos, chegando a 89,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) apresentou recuperação de 3,4 pontos, atingindo 88,8 pontos após cinco meses de queda consecutiva. Esse movimento misto reforça a leitura de que o setor ainda enfrenta desafios expressivos no presente, mas mantém alguma esperança de melhora moderada nos próximos meses.
(fgv)
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