Estatal mineira envia notificação técnica para esclarecer efeitos da conversão dos contratos e metas de universalização, reacendendo debate sobre o futuro da companhia na B3.
A Copasa (BOV:CSMG3) iniciou nesta quarta-feira (26/11) o envio de notificações técnicas aos municípios atendidos para esclarecer pontos fundamentais sobre um possível processo de privatização. A empresa afirmou que o movimento busca detalhar, de forma transparente, o que mudaria caso a desestatização avance — sem que isso represente uma decisão tomada.
Segundo o comunicado, se a privatização for aprovada, os contratos atuais poderão ser convertidos em novos contratos de concessão dentro das regras do Novo Marco do Saneamento Básico. Esses documentos passariam a incluir metas de universalização, indicadores de qualidade e obrigações regulatórias mais rígidas, alinhando a Copasa aos padrões exigidos para ampliação de investimentos e modernização do setor.
A estatal também destacou que a equalização da vigência dos contratos é essencial para manter o equilíbrio econômico-financeiro do sistema, com término alinhado para 2073. Em municípios onde a Copasa atua apenas no fornecimento de água, a desestatização abre espaço para expansão contratual e inclusão dos serviços de esgotamento sanitário — um dos principais gargalos do saneamento brasileiro.
O comunicado reforça que as notificações não configuram ato de desestatização e não significam decisão final sobre o tema, mas têm caráter informativo e preventivo devido ao alto interesse dos municípios e investidores sobre o futuro da companhia.
Com o tema “privatização” voltando a circular, o mercado reagiu com interesse renovado. No fechamento desta quarta-feira (26/11), as ações CSMG3 encerraram a R$39,59, em alta de 0,89%, após abrirem a R$39,24. Os papéis oscilaram entre a mínima de R$39,24 e a máxima de R$40,55 no dia, refletindo a combinação de expectativa e cautela dos investidores. Amanhã, o mercado deve continuar monitorando o impacto da comunicação oficial da estatal e possíveis sinais do governo estadual.
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais é responsável pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em grande parte do estado, competindo indiretamente com players regionais e nacionais do setor de saneamento listados na bolsa de valores. A empresa opera em um setor intensivo em investimentos, diretamente impactado por regulações, metas de expansão e políticas públicas.
Com a privatização ainda em debate, a Copasa entra em mais um capítulo decisivo de sua história na bolsa de valores.