Mesmo com lucro menor, a Cia Paranaense de Energia mostrou resiliência operacional, elevou a receita líquida em 18,8% e reduziu levemente sua alavancagem, sinalizando equilíbrio financeiro no trimestre.
A Cia Paranaense de Energia Copel (BOV:CPLE3) apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 374,8 milhões no terceiro trimestre de 2025, resultado 36,5% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior. O desempenho reflete o impacto de um maior endividamento voltado a investimentos e a ausência do pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no trimestre, fatores que pressionaram o resultado final.
Segundo a empresa, a queda no lucro foi influenciada por redução de R$ 220,1 milhões relacionada ao aumento da dívida líquida e menor equivalência patrimonial, principalmente pela incorporação da Mata de Santa Genebra. Em contrapartida, o Ebitda recorrente — indicador que mede o desempenho operacional — cresceu 7,8%, atingindo R$ 1,34 bilhão, enquanto o Ebitda total somou R$ 1,36 bilhão, uma leve baixa de 11% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
A receita líquida foi um dos destaques positivos, ao avançar 18,8%, para R$ 6,8 bilhões, impulsionada por maior volume de vendas e reajustes tarifários. A companhia também destacou o aumento dos cortes de geração renovável por razões sistêmicas (curtailment), que saltaram de 23,4% para 34,4%, refletindo desafios de despacho no sistema elétrico nacional.
No 3T25, os custos e despesas operacionais recorrentes totalizaram R$ 5.849,6 milhões, acréscimo de 20,2% em comparação aos R$ 4.867,9 milhões registrados no 3T24. O custo com energia elétrica comprada para revenda representa 52,7% do total de custos realizado no trimestres, seguido pelo custo de construção com participação de 15,4%, PMSO de 12,3%, Encargos setoriais de 11,7% e os demais com 7,9% de participação.
No 3T25, o montante realizado do programa de investimentos foi de R$ 981,4 milhões, sendo 85,6% pela Copel DIS e 14,4% pela Copel GeT e Copel Holding
O resultado financeiro foi negativo em R$ 442,5 milhões no 3T25, ante R$ 222,4 milhões negativos registrados no 3T24, um incremento de R$ 220,1 milhões (+99,0%). A variação mencionada é reflexo, sobretudo, (i) do aumento das despesas com encargos e variação monetária em R$ 236,7 milhões (+41,4%), em razão do aumento da dívida e (ii) do acréscimo líquido de R$ 16,8 milhões nas despesas com operações de hedge (swap) da dívida.
Mesmo em meio a um cenário de juros altos e maior pressão de custos, a Copel reduziu sua alavancagem (dívida líquida/Ebitda) para 2,8 vezes, ante 2,9 vezes no trimestre anterior — um sinal de melhora gradual na estrutura de capital.
Na bolsa de valores, as ações CPLE3 eram negociadas a R$ 13,58 por volta das 10h59, com leve alta de 0,07%. O papel abriu o pregão a R$ 13,53, oscilando entre R$ 13,52 e R$ 13,84 ao longo do dia. No acumulado das últimas 52 semanas, os papéis variaram de R$ 7,87 a R$ 14,04.
A Copel é uma das maiores companhias integradas de energia do país, atuando nos segmentos de geração, transmissão, distribuição e comercialização. A empresa tem como principais concorrentes Energisa (ENGI11), Equatorial Energia (EQTL3) e Neoenergia (NEOE3), e vem intensificando sua presença no segmento de energias renováveis e na modernização de suas redes de distribuição.
Os investidores acompanham de perto o desempenho da Copel na B3, especialmente após o avanço do plano de privatização e o foco da gestão em otimizar a estrutura de capital e melhorar a eficiência operacional.