PMI de Serviços ISM nos EUA sobe a 52,4 pontos e balança comercial brasileira registra recorde de US$ 6,96 bilhões. Selic mantida em 15% com comunicado hawkish do Copom. Confira os principais indicadores econômicos divulgados nesta semana no Brasil e no mundo.

Os Estados Unidos abriram a semana com dados manufatureiros robustos, mas abaixo das expectativas em novembro. O PMI Industrial ISM registrou 48,7 pontos, contra projeção de 49,4 e anterior de 49,1, sinalizando contração contínua no setor. Já o PMI de Serviços ISM surpreendeu positivamente com 52,4 pontos (projeção 50,7; anterior 50,0), refletindo resiliência no consumo. O relatório ADP de empregos privados mostrou criação de apenas 42 mil vagas em outubro (projeção 32 mil; anterior -29 mil revisado), enquanto o payroll não-agrícola de novembro, divulgado na sexta, explodiu com +66,6 mil postos no Canadá — erro de transmissão nos EUA, onde o foco ficou no Nonfarm Payroll implícito via Michigan. Esses números mistos reforçaram apostas em pausa do Fed, com yields dos Treasuries de 10 anos recuando para 4,25%, beneficiando títulos públicos de longo prazo.

No mercado de ações americano, o S&P 500 (SPI:SP500) subiu 1,8% na semana, impulsionado por serviços, mas o Nasdaq caiu 0,5% com receios de desaceleração industrial. O dólar (CCOM:DXY) enfraqueceu 0,7%, favorecendo emergentes. O relatório de estoques de petróleo EIA, com queda de 5,2 milhões de barris (projeção -2,5M; anterior -6,8M), sustentou preços do WTI acima de US$ 60, aliviando pressões inflacionárias e reduzindo prêmios de risco em bonds corporativos.

No Brasil, o Copom manteve a Selic em 15,00% na quarta-feira, como esperado, mas o comunicado adotou tom hawkish, destacando riscos inflacionários persistentes, incertezas fiscais e necessidade de cautela prolongada, afastando qualquer sinal de corte iminente. O IGP-DI de outubro caiu -0,03% (anterior +0,36%), aliviando temores deflacionários, enquanto o IPP industrial de setembro recuou -0,25% (anterior -0,21%). A produção industrial de setembro surpreendeu com +2,0% anual (projeção +1,7%; anterior -0,7%), mas -0,4% mensal (projeção -0,5%). O PMI Composto S&P Global ficou em 48,2 (anterior 46,0), ainda em contração. A balança comercial de outubro bateu recorde com superávit de US$ 6,96 bilhões (projeção US$ 6,2B; anterior US$ 2,94B), impulsionada por commodities. O fluxo cambial estrangeiro somou US$ 5,785 bilhões, reforçando o real.

O comunicado duro do Copom gerou reprecificação imediata nos juros futuros, com o DI janeiro/2027 (BMF:DI1F27) subindo para 12,05% no fechamento da quinta, refletindo apostas adiadas para cortes apenas em 2026. Apesar disso, os dados positivos no comércio externo e produção industrial impulsionaram o Ibovespa (BOV:IBOV) em +2,3% na semana, com Vale (BOV:VALE3) e Petrobras (BOV:PETR4) em alta. O real se valorizou 1,2% ante o dólar (FX:USDBRL), que fechou em R$ 5,58. Títulos públicos prefixados (LTN) atraíram fluxos, com NTN-B beneficiada por inflação controlada, mas o tom hawkish limitou ganhos em bonds de longo prazo.

Na Europa, o PMI Composto da zona do euro subiu para 52,5 em outubro (projeção 52,2; anterior 51,2), puxado por serviços em 53,0 (projeção 52,6). A produção industrial alemã avançou +1,3% mensal em setembro (projeção +3,0%; anterior -3,7%), mas balança comercial da Alemanha ficou em €15,3 bilhões (projeção €16,7B). Vendas no varejo da zona do euro caíram -0,1% mensal (projeção +0,2%). O BCE manteve discurso dovish, com Lagarde reforçando flexibilidade. O euro se fortaleceu 0,5% ante o dólar, mas yields dos Bunds de 10 anos subiram para 2,35% com dados mistos.

Ações europeias (Euro Stoxx 50) ganharam 1,1%, lideradas por bancos. Títulos soberanos periféricos, como BTP italiano, viram spreads estreitar com PMI positivo, mas Bunds pressionaram curva de juros. O PMI de construção do Reino Unido caiu para 44,1 (projeção 46,7), mas o BoE cortou juros para 4,00% como esperado, com 5 votos por manutenção — sinal hawkish que elevou a libra em 0,8% e yields dos Gilts.

Na Ásia, a China decepcionou com exportações de outubro em -1,1% anual (projeção +3,0%; anterior +8,3%), mas importações +1,0% (projeção +3,2%). Balança comercial em US$ 90,07 bilhões (projeção US$ 96,9B). PMI Caixin de Serviços subiu para 52,6 (anterior 52,9). O yuan se desvalorizou 0,6%, com PBOC injetando liquidez. Ações chinesas (CSI 300) caíram 1,5%, mas títulos soberanos atraíram fluxos seguros.

No Japão, PMI Industrial final ficou em 48,2 (anterior 48,3), com base monetária em -7,9% anual. O iene ganhou 0,4% com carry trade reverso. Na Índia, PMI de Serviços atingiu 58,9 (anterior 60,9). Mercados asiáticos mistos: Nikkei +0,9%, mas Hang Seng -2,1%. Juros asiáticos caíram com China fraca, beneficiando bonds regionais.

Resumindo, EUA com serviços fortes sustentam soft landing, pressionando dólar para baixo. Brasil brilha com superávit comercial, mas comunicado duro do Copom adia cortes e eleva curva de juros. Europa em recuperação gradual, mas Alemanha fraca limita euforia. Ásia sob estresse chinês, com yuan e ações voláteis. Títulos públicos globais atraem refúgio, enquanto câmbio favorece emergentes.

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