Holding reporta prejuízo de R$ 1,2 bilhão, queda na receita e impacto direto das investidas; mercado reage com CSAN3 em baixa no pregão desta sexta-feira
A Cosan (BOV:CSAN3) surpreendeu o mercado ao divulgar um prejuízo líquido de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 293 milhões registrado no mesmo período de 2024. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (14/11), reforça um trimestre desafiador para a holding, marcado principalmente pela queda da equivalência patrimonial — movimento influenciado pelo desempenho mais fraco de suas investidas, em especial a Raízen.
Segundo o balanço, a Raízen reportou um prejuízo de R$ 2,3 bilhões no trimestre, contribuindo diretamente para o resultado consolidado da Cosan. O cenário pressiona a percepção de curto prazo sobre o conglomerado, que tradicionalmente se apoia na diversificação de negócios para suavizar oscilações setoriais.
A receita operacional líquida da Cosan também recuou no 3T25: queda de 8%, para R$ 10,6 bilhões, refletindo a desaceleração do ambiente operacional e o impacto de margens comprimidas em parte das operações. Apesar disso, a companhia conseguiu reduzir sua dívida líquida corporativa para R$ 18,2 bilhões, um recuo de 16% na base anual — movimento que indica disciplina financeira mesmo em meio a um trimestre adverso.
Apesar de o balanço não trazer comentários adicionais de executivos, a leitura prevalente é de um período pressionado pela dinâmica do setor sucroenergético e pela volatilidade nas empresas do portfólio, mas compensado parcialmente por uma estratégia robusta de gestão da estrutura de capital.
No pregão desta sexta-feira (14/11), as ações CSAN3 refletem o humor cauteloso dos investidores. Às 10h15, o papel operava a R$ 6,05, queda de 2,26%, abaixo da abertura de R$ 6,07, e distante da máxima intradiária de R$ 6,13; o ativo chegou a tocar R$ 5,21 na mínima recente da faixa diária. Com esse desempenho, o mercado dá sinais de preocupação sobre a trajetória de curto prazo da holding, embora parte dos investidores veja o evento como já parcialmente precificado após semanas de volatilidade.
A Cosan é uma das maiores holdings do país, com atuação em energia, combustíveis, logística e infraestrutura, sendo dona de participações relevantes em empresas como Raízen, Compass, Rumo e Moove. Seu ecossistema multissetorial costuma atrair investidores interessados em exposição híbrida aos setores de commodities, energia e transporte.
Para quem acompanha o setor e busca oportunidades na bolsa de valores, a Cosan permanece como uma empresa de alto interesse estratégico.