Com avanço de 3,3% no lucro e receita de R$ 11,3 bilhões, CPFL Energia destaca melhora na inadimplência e perdas, enquanto geração sofre com curtailment; ações CPFE3 fecham a R$ 45,00 na bolsa de valores B3.
A CPFL Energia (BOV:CPFE3) apresentou mais um trimestre de crescimento sólido, reportando lucro líquido consolidado de R$ 1,376 bilhão no terceiro trimestre de 2025, alta de 3,3% frente ao mesmo período do ano passado. Mesmo com desafios no segmento de Geração, o grupo viu seu desempenho ser sustentado pela melhora expressiva da área de Distribuição, que compensou pressões climáticas e setoriais.
O resultado divulgado reforça o momento de resiliência da companhia em meio às mudanças do setor elétrico brasileiro — marcado por maior penetração de geração distribuída, tarifas pressionadas e efeitos climáticos atípicos. A Distribuição, que historicamente é a base mais previsível da CPFL, voltou a desempenhar papel central na performance financeira, enquanto a Geração enfrenta um cenário desafiador com curtailment elevado e risco hidrológico acima da média.
No trimestre, o Ebitda consolidado ficou praticamente estável em R$ 3,165 bilhões (+0,3% anual), enquanto a receita operacional líquida avançou 4,4%, somando R$ 11,329 bilhões.
• Distribuição: Ebitda subiu 11,4%, alcançando R$ 1,839 bilhão, impulsionado pela forte redução da PDD (-24,7%) e recuo das perdas para 9,43%.
• Geração: Impactada por cortes de geração (curtailment) que chegaram a 37,3% da capacidade potencial, gerando perdas estimadas de R$ 219 milhões no trimestre.
• Transmissão: Ebitda caiu 33,6%, para R$ 248 milhões.
• Comercialização e serviços: Ebitda de apenas R$ 8 milhões, retração de 66,6%.
Os investimentos também chamaram atenção: foram R$ 1,7 bilhão no trimestre (+19,2%), com 80% destinados à modernização e digitalização das redes das distribuidoras.
O CEO da companhia, Gustavo Estrella, destacou que a melhora dos indicadores de inadimplência e perdas reforça a eficácia das estratégias operacionais:
“Conseguimos trazer novamente a PDD para abaixo de 1%, um patamar bastante positivo. Apesar disso, ainda lidamos com um volume de cortes elevado, acima de 700 mil no trimestre”, afirmou.
Sobre o curtailment, Estrella disse que a aprovação da MP 1.304 tende a solucionar boa parte do problema, “ainda que com ajustes”, e se mostrou confiante de que não haverá vetos presidenciais.
As ações CPFE3 encerraram o pregão desta quinta-feira (13/11) cotadas a R$ 45,00, estabilidade em relação ao fechamento anterior. No dia, o ativo operou em linha com o humor mais cauteloso da bolsa de valores B3, ainda com baixo volume negociado e sem grandes oscilações. Com a divulgação dos resultados após o fechamento, o mercado deve reagir nesta sexta-feira avaliando especialmente a melhora operacional na Distribuição e o impacto financeiro do curtailment, fatores que podem influenciar o comportamento das ações na reabertura do pregão.
A CPFL Energia é uma das maiores companhias do setor elétrico brasileiro, com atuação em Distribuição, Geração, Transmissão e Comercialização de energia. Controlada pela chinesa State Grid, a empresa atende milhões de consumidores no Sul e Sudeste, competindo diretamente com grupos como Energisa, Neoenergia e Equatorial.
Os resultados reforçam a posição da CPFL Energia como um dos players mais consistentes do setor elétrico, especialmente pela eficiência operacional e disciplina financeira.