Vértices curtos do DI Futuro sobem com viés positivo, enquanto longos mantêm leve pressão descendente; mercado reage a baixa liquidez e declarações do Banco Central.
O mercado de juros futuros brasileiro registrou um dia de reversão nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025, com as taxas do DI Futuro encerrando em alta após uma sequência de quedas nos pregões anteriores. A curva de juros apresentou um viés misto, com os vértices de curto e médio prazo impulsionando o movimento ascendente, enquanto os de longo prazo mostraram estabilidade ou leves recuos. Esse comportamento reflete um sentimento de cautela entre os investidores, marcado pela redução de liquidez global devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que limitou o fluxo de informações e ampliou o impacto de ajustes técnicos locais.
Entre os destaques positivos, os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) lideraram os ganhos, com alta de 0,30% e taxa final de 13,55%. Logo atrás vieram os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28), que subiram 0,27% para 12,78%, e os de janeiro de 2029 (BMF:DI1F29), com avanço de 0,16% e fechamento em 12,72%. Em contrapartida, os negativos foram concentrados na ponta longa, com os contratos com vencimento em janeiro de 2034 (BMF:DI1F34) recuando 0,23% para 13,22%, seguidos pelos de janeiro de 2035 (BMF:DI1F35), em queda de 0,19% para 13,24%, e janeiro de 2033 (BMF:DI1F33), com baixa de 0,15% e taxa de 13,19%.
Os contratos de curto e médio prazo, como os de janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) e janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), foram os mais negociados no dia, com volumes superiores a 130 mil e 561 mil contratos, respectivamente. Esses vértices da curva de juros concentram a maior liquidez no DI Futuro, servindo como termômetro imediato para as expectativas em torno da taxa Selic e das decisões do Comitê de Política Monetária, e ajudaram a sustentar o tom positivo geral do pregão.
Já na ponta longa da curva de juros, os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) e janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) registraram volumes próximos de 300 mil e 105 mil contratos, respectivamente. Esses vértices são particularmente sensíveis às discussões sobre o cenário fiscal e político do país, capturando preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e possíveis reformas estruturais, o que explica sua leve inclinação descendente em meio à cautela do dia.
O movimento ascendente nos vértices curtos do DI Futuro ganhou força com a ausência de fluxos globais, uma vez que o feriado norte-americano paralisou o mercado de títulos do Tesouro americano e reduziu a referência para ativos de renda fixa emergentes. Em um ambiente de volumes mais magros, os ajustes técnicos prevaleceram, com traders posicionando-se para o retorno das negociações amanhã, em horário encurtado.
Além disso, declarações recentes de Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central, sobre o equilíbrio entre crescimento econômico e controle inflacionário pesaram na percepção do mercado, especialmente na parte inicial da curva de juros. Suas observações, feitas em evento da Itaú Asset Management, reforçaram a visão de que o ciclo de afrouxamento monetário pode ser gradual, o que elevou as expectativas de remuneração nos contratos de curto prazo e contribuiu para o viés de alta observado.
Essa dinâmica também se refletiu no câmbio e na bolsa de valores: o dólar comercial, que havia recuado nos dias anteriores, fechou em leve alta a 5,35 reais, enquanto o Ibovespa, após recordes recentes, enfrentou realização e terminou o dia com recuo modesto. No geral, o mercado de juros futuros parece precificar um cenário de transição cautelosa, com a ponta curta mais reativa às sinalizações imediatas do Banco Central.
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