Os futuros de ações dos Estados Unidos recuaram ligeiramente na sexta-feira, 14 de novembro de 2025, ampliando a forte queda da sessão anterior — a pior queda em um único dia para ações em mais de um mês.

Os investidores ainda estavam assimilando os alertas da Applied Materials (BOV:A1MD34) de que os gastos com equipamentos para fabricação de chips na China devem diminuir no próximo ano devido às restrições de exportação dos EUA.

Enquanto isso, reportagens da mídia apontaram para uma leve queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, e uma onda de aversão ao risco fez com que o Bitcoin (COIN:BTCUSD) caísse abaixo da marca de US$ 100.000.

Futuros negativos

Os contratos futuros atrelados aos principais índices dos EUA estavam sendo negociados em baixa, indicando maior fraqueza após a queda de quinta-feira.

Às 07h51 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones estavam em queda de 94 pontos (-0,2%), os futuros do S&P 500 recuavam 18 pontos (-0,27%) e os futuros do Nasdaq 100 caíam 134,25 pontos (-0,53%).

A queda do mercado na quinta-feira refletiu o arrefecimento do otimismo gerado pela alta anterior, causada pelo fim da paralisação do governo americano. Novas preocupações rapidamente ofuscaram esse impulso, incluindo dúvidas renovadas sobre a sustentabilidade das elevadas avaliações do setor de tecnologia.

Empresas de destaque ligadas à inteligência artificial, como Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Broadcom (NASDAQ:AVGO), sofreram fortes quedas, enquanto a gigante da computação em nuvem Oracle (NYSE:ORCL) já perdeu mais de um terço do seu valor desde a valorização em setembro.

Analistas da Vital Knowledge escreveram que “as ações sofreram uma queda acentuada devido à contínua devastação no setor de tecnologia, à medida que os investidores começam a desistir de uma recuperação no final do ano”.

Os mercados também foram abalados pela incerteza sobre se um Federal Reserve dividido optará por outro corte de juros em sua reunião de política monetária de dezembro. A falta de dados econômicos causada pela prolongada paralisação do governo obscureceu ainda mais as perspectivas, com a Casa Branca sugerindo que os números de emprego de outubro, divulgados com atraso, podem estar incompletos.

A Applied Materials sinaliza pressão sobre a demanda da China

As ações da Applied Materials (NASDAQ:AMAT) caíram 5% durante o pré-mercado de sexta-feira após a empresa alertar que os gastos com equipamentos semicondutores na China devem diminuir no próximo ano em meio a controles de exportação mais rígidos dos EUA.

A empresa afirmou que cerca de US$ 110 milhões em produtos não puderam ser enviados durante o quarto trimestre fiscal devido a restrições — posteriormente suspensas após o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, no mês passado.

A atualização surge na sequência do alerta anterior da Applied Materials de que sua receita no ano fiscal de 2026 sofrerá um impacto de US$ 600 milhões devido à ampliação das restrições de exportação dos EUA que afetam ferramentas avançadas para fabricação de chips.

Ainda assim, a empresa afirmou que o crescente investimento corporativo em IA deverá impulsionar a demanda por seus equipamentos no segundo semestre de 2026. Apesar da queda após o fechamento do mercado, as ações ainda acumulam alta de cerca de 36% no ano.

Os pedidos de auxílio-desemprego diminuem ligeiramente, segundo relatos

Notícias veiculadas pela mídia, citando registros estaduais, sugerem que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA diminuíram na semana passada, embora não o suficiente para fortalecer significativamente as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Fed em dezembro.

Segundo um cálculo da Haver Analytics citado pela Reuters, os pedidos iniciais de seguro-desemprego caíram para 227.543 na semana encerrada em 8 de novembro, em dados ajustados sazonalmente, ante 228.899 na semana anterior. Analistas do JPMorgan, Goldman Sachs e Nationwide previram números semelhantes, informou a Reuters.

Uma estimativa separada da Bloomberg apontou cerca de 226.000 pedidos de seguro-desemprego.

Normalmente, esses relatórios seriam divulgados pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics), mas o congelamento de dados em curso, relacionado à paralisação do governo federal, atrasou a publicação.

O Fed já realizou dois cortes de 25 pontos-base — em setembro e outubro — para apoiar um mercado de trabalho em desaceleração. Mas, com a escassez de dados, a ferramenta FedWatch da CME mostra que as chances de outro corte em dezembro estão agora próximas de 50%.

Bitcoin cai para menos de US$ 100.000

O Bitcoin caiu acentuadamente na sexta-feira, ficando abaixo de US$ 100.000 em meio a uma aversão ao risco generalizada ligada à incerteza do Fed e à nova onda de vendas de ações de tecnologia.

A criptomoeda caminhava para a terceira queda semanal consecutiva, com a diminuição dos fluxos institucionais de grandes fundos, ETFs e tesourarias corporativas.

Às 8h05 (horário de Brasília), o Bitcoin estava em queda de 6,2%, cotado a US$ 96.836,81, após atingir uma mínima intradiária de US$ 96.170,47. Desde o início de outubro, o ativo perdeu mais de US$ 450 bilhões em valor de mercado.

A produção industrial da China decepciona

Novos dados econômicos da China mostraram que a produção industrial cresceu apenas 4,9% em outubro em comparação com o mesmo período do ano anterior — ficando abaixo das expectativas de 5,5% e desacelerando em relação aos 6,5% registrados em setembro. As vendas no varejo aumentaram 2,9%, um resultado ligeiramente melhor do que o previsto, mas ainda assim o mais fraco desde agosto do ano passado.

Os produtores na China continuam a enfrentar dificuldades com a fraca demanda do consumidor e a elevada incerteza, o que leva tanto empresas quanto famílias a reduzirem seus gastos. A persistente deflação nos preços de fábrica aumentou ainda mais a pressão, mesmo com as autoridades prometendo mais apoio para estabilizar a economia de US$ 19 trilhões.

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