Receita sobe 15,8%, carteira alcança US$ 31,3 bilhões e fluxo de caixa ajustado fica em R$ 1,6 bilhão no trimestre

A Embraer (BOV:EMBJ3) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25), reportando lucro líquido ajustado de R$ 289,4 milhões, uma queda significativa de 76,4% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi impactado por pressões operacionais e maiores investimentos relacionados ao desenvolvimento de novos programas, incluindo iniciativas em mobilidade aérea avançada.

Apesar da retração no lucro, a receita líquida apresentou avanço de 15,8%, somando R$ 10,866 bilhões entre julho e setembro. O Ebitda ajustado encerrou o período em R$ 1,276 bilhão, queda de 35,4%, com margem de 11,7% (9,4 p.p. inferior ao 3T24). Porém, o EBIT ajustado avançou 17,6%, atingindo R$ 927,2 milhões, refletindo eficiência operacional em alguns segmentos de entrega.

No trimestre, a Embraer destinou R$ 575,3 milhões a investimentos, enquanto a controlada Eve aportou R$ 260,4 milhões, totalizando R$ 835,7 milhões consolidado. A companhia também destacou seu recorde histórico de carteira de pedidos, que alcançou US$ 31,3 bilhões, reforçando visibilidade comercial de médio e longo prazo.

O fluxo de caixa livre ajustado foi positivo em R$ 1,6 bilhão, e a dívida líquida encerrou setembro em R$ 1,046 bilhão, recuo de 68% na comparação anual. Com isso, o indicador de alavancagem recuou para 0,4x Ebitda ajustado.

Como o pregão da bolsa de valores encerrou com o ativo estável, a ação EMBJ3 fechou a R$ 87,27 nesta segunda-feira (03/11), sem variação no dia. O papel segue operando próximo à faixa superior das últimas 52 semanas, entre R$ 48,31 e R$ 89,88, o que pode refletir a confiança do mercado na robusta carteira de pedidos e na redução da alavancagem. No próximo pregão, investidores devem observar o peso entre o recuo do lucro e a solidez comercial exibida.

A Embraer é uma das maiores fabricantes globais de aeronaves, com atuação nos segmentos executivo, comercial, defesa e serviços. Entre seus principais concorrentes estão Boeing, Airbus e Bombardier em diferentes linhas de produto. Além disso, participa do desenvolvimento da mobilidade aérea urbana por meio da Eve Air Mobility.

Apesar da queda no lucro, o trimestre reforçou a resiliência operacional e a posição estratégica da Embraer no mercado global. Investidores devem acompanhar a evolução das margens nos próximos períodos, especialmente considerando o tamanho recorde da carteira de pedidos.