Decisão converte recuperação judicial em falência e determina liquidação ordenada dos ativos; OIBR3 e OIBR4 entram em leilão com forte queda na bolsa de valores
Na tarde desta segunda-feira (10/11), a Oi S.A. (BOV:OIBR3) teve sua falência decretada pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, após anos de tentativas de reestruturação financeira e negociações com credores. A juíza Simone Gastesi Chevrand converteu o processo de recuperação judicial em falência, afirmando que “a Oi é tecnicamente falida” e que não há viabilidade financeira para manutenção das operações no modelo atual.
A decisão ocorre após a constatação de que a empresa não possuía condições de honrar suas obrigações, mesmo após múltiplos planos de reorganização desde 2016, quando entrou em recuperação judicial pela primeira vez, com dívida superior a R$ 65 bilhões. Atualmente, o passivo ainda supera R$ 15 bilhões. A Justiça determinou que a liquidação dos ativos seja feita de forma ordenada, assegurando a continuidade temporária dos serviços até a transferência para outras operadoras.
O processo de gestão provisória ficará a cargo do escritório Preserva-Ação, que já atuava como interventor. Outros dois administradores judiciais foram dispensados, e uma assembleia de credores será convocada para definir os parâmetros de liquidação. A juíza destacou que o objetivo é maximizar o valor dos ativos para pagamento dos credores, evitando uma desorganização no fornecimento dos serviços de telecomunicação.
No pregão desta segunda-feira, as ações da companhia tiveram queda acentuada.
- OIBR3 recuava 35,71%, negociada a R$ 0,18, após ter aberto o dia a R$ 0,25, tocando mínimas do pregão e entrando em leilão.
- OIBR4 também recuava 35,41%, cotada a R$ 3,01, igualmente em leilão após forte movimento vendedor.
A reação de pânico reflete a perda total de valor para o acionista, que já vinha sendo alertada pelo mercado devido ao risco de insolvência. Nas últimas 52 semanas, OIBR3 saiu de patamares próximos de R$ 4,20 para R$ 0,18 hoje.
A Oi é uma das maiores operadoras de telecomunicações do país, com atuação em telefonia fixa, móvel e banda larga. Concorrentes diretas incluem Vivo (BOV: VIVT3), TIM (BOV: TIMS3) e Claro (privada, do grupo América Móvil).
Investidores devem acompanhar com cautela os próximos desdobramentos, principalmente relacionados à liquidação dos ativos e à continuidade dos serviços.