Nesta sexta-feira (28/11), o mercado de ações da bolsa de valores brasileira fechou o pregão em clima positivo, com o Ibovespa (BOV:IBOV) renovando sua máxima histórica de encerramento ao avançar 0,45%, para 159.072 pontos, embalado especialmente pelo forte desempenho de Itaú (BOV:ITUB4) e Vale (BOV:VALE3), que surfaram o anúncio de novos proventos como forma de antecipação à tributação sobre dividendos que começa em janeiro. O volume financeiro somou R$ 24,9 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões (R$16,0 bi). No comparativo, o contrato futuro de Ibovespa (BMF:INDFUT) acompanhou o movimento, refletindo o mesmo humor positivo, ainda que pressionado pela liquidez reduzida pós-feriado nos mercados norte-americanos. Semana fechou com ganho expressivo de 2,78% e novembro consolidou alta robusta de 6,37%, o melhor mês desde agosto de 2024.

O pregão desta sexta-feira (28/11) foi guiado por um cenário macroeconômico carregado, tanto no Brasil quanto lá fora. Por aqui, os vértices da curva de juros futuros oscilaram de forma mista após a nova mínima histórica da taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua, que caiu para 5,4% no trimestre até outubro — menor nível desde 2012 — abaixo da Projeção de 5,5%, mas com queda na taxa de participação, ponto levantado por economistas como sinal de alerta. As falas mais cautelosas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçaram que os juros permanecerão no “patamar necessário pelo tempo necessário”.

No exterior, o avanço dos índices norte-americanos — em sessão encurtada pela Black Friday — ajudou o clima, enquanto commodities tiveram influência mista: Brent (CCOM:OILBRENT) caiu 0,53%, ouro (PM:XAUUSD) subiu 1,33% e prata (PM:XAGUSD) disparou 5,78%. As negociações entre Rússia e Ucrânia, os movimentos da OPEP+ e a repercussão do contato entre Donald Trump e Nicolás Maduro adicionaram volatilidade ao setor energético. O minério de ferro, negociado em Dalian, caiu 0,19% para US$112,06 a tonelada com estoques chineses aumentando.

No mundo corporativo, quem mais pesou no índice foi Petrobras (BOV:PETR4 | BOV:PETR3 | NYSE:PBR), após apresentar seu Plano de Negócios 2026–2030 com projeções de Brent consideradas “otimistas” por parte do mercado — e com sinalização de que dividendos extraordinários não devem se repetir. Em contrapartida, Itaú (BOV:ITUB4), Vale (BOV:VALE3) e BTG Pactual (BOV:BPAC11) lideraram as contribuições positivas impulsionadas pela distribuição adicional de proventos antes da mudança nas regras tributárias.

Entre as maiores altas percentuais do dia no Ibovespa apareceram Natura (BOV:NTCO3), referência global em cosméticos e beleza (+4,54%); MRV (BOV:MRVE3), gigante do segmento de construção habitacional (+3,33%); e YDUQS (BOV:YDUQ3), uma das maiores empresas de educação do país (+2,79%). Entre os papéis mais negociados e relevantes nas variações do pregão, destacaram-se Vale, Itaú e Petrobras — todas líderes em seus setores: mineração e siderurgia, serviços financeiros e energia e petróleo, respectivamente.

O mercado de juros futuros da B3 trouxe uma fotografia dividida ao longo da curva: enquanto os vértices curtos avançaram até 2,5 pontos-base, refletindo a leitura da PNAD Contínua e o alívio estrutural no mercado de trabalho, a ponta longa cedeu até 6,0 pontos-base, com investidores ajustando expectativas de convergência da inflação após os comentários do Banco Central. Os contratos de DI mais negociados do dia, dentro do mercado BMF, mostraram essa dinâmica de forma explícita: os DIs curtos absorveram a pressão de curto prazo, enquanto os DIs intermediários e longos recuaram em blocos mais amplos, em linha com a comunicação do BC e com a queda das Treasuries norte-americanas durante a sessão encurtada nos EUA.

Data Variação Pontuação Volume Financeiro
03/11/2025 0,61%  150.454,24 R$ 21,3 bilhões
 04/11/2025  0,17% 150.704,20  R$ 25,2 bilhões
05/11/2025 1,72%  153.294,44  R$ 25,5 bilhões
06/11/2025  0,03% 153.338,63  R$ 24,4 bilhões
07/11/2025  0,47%  154.063,53 R$ 24,0 bilhões
10/11/2025 0,77%  155.257,31  R$ 21,9 bilhões
11/11/2025 1,60%  157.748,60 R$ 35,3 bilhões
12/11/2025 -0,07% 157.632,90 R$ 28,9 bilhões
13/11/2025 -0,30% 157.162,43 R$ 29,0 bilhões
14/11/2025  0,37% 157.738,69 R$ 25,5 bilhões
17/11/2025  -0,47% 156.992,93 R$ 26,6 bilhões
18/11/2025 -0,30% 156.522,13  R$ 23,9 bilhões
19/11/2025  -0,73% 155.380,66 R$ 25,0 bilhões
21/11/2025  -0,39% 154.770,10  R$ 23,8 bilhões
24/11/2025  0,33%  155.277,56 R$ 27,5 bilhões
25/11/2025  0,41% 155.910,18 R$ 20,2 bilhões
26/11/2025 1,70% 158.554,94  R$ 26,0 bilhões
27/11/2025 -0,12%  158.359,76 R$ 12,4 bilhões
28/11/2025 0,45%  159.072,13  R$ 24,9 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    Armac (ARML3)

    A Armac Locação, Logística e Serviços anunciou nesta sexta-feira (28/11) a aquisição de 100% das ações da Braslift Equipamentos e Logística, em uma transação que atribui à companhia um Enterprise Value (EV) de R$ 155 milhões. Com dívida líquida estimada em R$ 37 milhões, o movimento marca mais um passo agressivo da empresa em seu plano de escalabilidade no mercado de equipamentos industriais. Saiba mais…

    Axia (AXIA3)

    A Axia Energia, ex-Eletrobras, virou destaque entre os investidores da bolsa de valores após o vice-presidente jurídico, Marcelo de Siqueira Freitas, afirmar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o acordo firmado com a União sobre o limite de voto e participação nos conselhos preserva a privatização da companhia e reforça a segurança jurídica para o mercado. Saiba mais…

    A Axia Energia, ex-Eletrobras, anunciou uma das medidas corporativas mais relevantes do setor elétrico em 2025: a proposta de distribuição de parte — ou até a totalidade — das reservas de lucro acumuladas, que totalizam R$ 39,9 bilhões. A operação será debatida em assembleia geral extraordinária (AGE) convocada para quinta-feira (19/12). Saiba mais…

    GPA (PCAR3)

    O GPA – Companhia Brasileira de Distribuição comunicou ao mercado um novo passo em sua estratégia de reforço de liquidez: a contratação de um empréstimo de €75 milhões (aproximadamente R$ 470 milhões) junto ao Rabobank, já integralmente convertido em moeda brasileira por meio de derivativos. O objetivo central é alongar a dívida de curto prazo, substituindo integralmente um passivo com vencimento previsto para julho de 2026. Saiba mais…

    Grupo Mateus (GMAT3)

    O Grupo Mateus saiu a público nesta quinta-feira (27/11) para rebater uma matéria publicada pelo jornal Valor Econômico que sugeria a contratação de uma nova auditoria após o erro contábil em estoques. Em comunicado oficial, a companhia foi categórica ao afirmar que não contratou, não decidiu contratar e não pretende substituir seus auditores independentes atuais, reforçando que mantém “convicção plena” na capacidade técnica dos profissionais que já acompanham seus números. Saiba mais…

    Motiva (MOTV3) e Ecorodovias (ECOR3)

    A Motiva Infraestrutura de Mobilidade S.A. e EcoRodovias Infraestrutura e Logística S.A. anunciaram nesta sexta-feira (28/11) um acordo para desenvolver e operar, em conjunto, uma plataforma digital voltada à gestão e ao processamento de pedágios em pórticos com tecnologia free flow. A iniciativa será conduzida por meio da Inovap, empresa responsável pela plataforma PedagioDigital, que passará a ter controle dividido igualmente entre as duas companhias. Saiba mais…

    Neoenergia (NEOE3)

    A Neoenergia convocou, nesta sexta-feira (28/11), uma assembleia geral de debenturistas para deliberar sobre a concessão de um waiver essencial ao avanço do processo de fechamento de capital no Brasil. A companhia busca a permissão formal para evitar o vencimento antecipado das debêntures, já que a operação de oferta pública de aquisição (OPA) da controladora Iberdrola poderia acionar dispositivos automáticos de inadimplência previstos nos contratos. Saiba mais…

    Petrobras (PETR3/PETR4)

    A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (27/11), a aprovação do seu Plano de Negócios 2026-2030, projetando US$ 109 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos. O documento, que chega em um momento de volatilidade no preço internacional do petróleo, reforça a estratégia de disciplina de capital, foco em ativos de maior retorno e avanço na transição energética — tudo isso sem abrir mão da geração consistente de caixa para acionistas. Saiba mais…

    Rumo (RAIL3) e Suzano (SUBZ3)

    Uma composição de 12 vagões da Rumo carregados com celulose foi atingida por fogo no final da noite de quarta-feira na região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, afirmou a transportadora nesta quinta-feira.

    São Carlos (SCAR3)

    A São Carlos Empreendimentos anunciou uma das maiores movimentações de seu portfólio nos últimos anos: a venda de oito imóveis corporativos por R$ 837,2 milhões, totalizando 78,2 mil m² de ABL (Área Bruta Locável). A operação marca mais um passo na estratégia da companhia de fortalecer sua atuação como gestora imobiliária com foco em modelo asset light, priorizando eficiência na alocação de capital e geração de valor ao acionista. Saiba mais…

    SYN (SYNE3)

    A SYN Prop e Tech S.A. informou a conclusão da venda da totalidade das quotas da Syn Laranjeira Empreendimentos Imobiliários, empresa detentora de 35,87% do Shopping D, em São Paulo. A operação foi realizada em conjunto com o XP Malls Fundo de Investimento Imobiliário (FII), resultando em um recebimento líquido de R$ 8,92 milhões para a SYN. Saiba mais…

    Ultrapar (UGPA3)

    A Ultrapar Participações movimentou o mercado nesta quinta-feira (27/11) após divulgar um comunicado sobre a notícia publicada pelo Brazil Journal, que afirma que a companhia estaria montando uma posição relevante na Rumo. Sem confirmar ou negar a operação, a empresa destacou que segue atenta a oportunidades de investimento dentro e fora do ambiente de bolsa de valores. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)