O pregão desta quarta-feira (26/11) fechou com o Ibovespa (BOV:IBOV) renovando sua máxima histórica de encerramento, impulsionado pelo apetite ao risco e pelo forte humor visto nos índices norte-americanos, que seguiram firmes na expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro. O índice encerrou o dia com alta de 1,70%, aos 158.554 pontos, enquanto o giro financeiro alcançou R$26,0 bilhões, superando com folga a média dos últimos 50 pregões (R$16,2 bilhões). O contrato futuro do Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) também acompanhou o movimento positivo, embalado pela liquidez pré-feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

O dia foi marcado por uma confluência intensa de fatores políticos e macroeconômicos que mexeram diretamente com o humor da bolsa de valores brasileira. No Brasil, o IPCA-15 acima das expectativas — com alta de 0,20% em novembro, puxado por serviços e pela surpresa relevante em passagens aéreas — elevou a ponta curta dos juros em até 2,0 pontos-base, enquanto a longa recuou até 7,0 pontos-base. No campo político, falas do governador de São Paulo sobre a reorganização da direita para 2026 e a sanção presidencial ampliando a faixa de isenção do Imposto de Renda adicionaram tempero ao noticiário.

Nos Estados Unidos, o dólar futuro (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT) recuou 0,89% e o Índice Dólar (CCOM:DXY) caiu 0,19%, reforçando a expectativa de flexibilização monetária do Fed. Já o mercado global acompanhou negociações internacionais e movimentações geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia, além da volatilidade das commodities.

O pregão trouxe uma mistura de surpresas corporativas e movimentos relevantes entre as ações mais pesadas da bolsa de valores. As maiores contribuições positivas vieram de Itaú Unibanco PN (BOV:ITUB4), Vale ON (BOV:VALE3) e Bradesco PN (BOV:BBDC4), avançando 2,36%, 1,49% e 3,01%, respectivamente — empresas ligadas aos setores financeiro e de mineração, pilares tradicionais do índice.

Entre as maiores altas percentuais apareceram Rumo ON (BOV:RAIL3), do setor de ferrovias; Grupo Vamos ON (BOV:VAMO3), líder no segmento de locação e logística; e Assaí ON (BOV:ASAI3), gigante do atacarejo, com ganhos de 9,14%, 6,63% e 6,38%, impulsionadas tanto por fluxo comprados quanto por movimentos estratégicos, como a notícia sobre a Ultrapar montando posição em Rumo. Já entre as maiores baixas e ações mais negociadas, os investidores acompanharam papéis ligados ao varejo, setor financeiro e commodities, refletindo o noticiário corporativo do dia e os ajustes de carteira rumo ao final do mês.

Os juros futuros encerraram o dia de forma mista na B3, com a curva curta avançando até 2,0 pontos-base após o IPCA-15 acima do consenso, enquanto os vértices longos recuaram até 7,0 pontos-base, refletindo a leitura de que a inflação segue pressionada no curto prazo, mas sem deterioração relevante nas expectativas de médio e longo prazo. Entre os contratos mais negociados do mercado de juros, os DIs curtos foram os que mais oscilaram, enquanto os DIs médios e longos ajustaram-se ao cenário global, marcado pela queda do Índice Dólar (CCOM:DXY) e pela expectativa de corte do Fed em dezembro.

Data Variação Pontuação Volume Financeiro
03/11/2025 0,61%  150.454,24 R$ 21,3 bilhões
 04/11/2025  0,17% 150.704,20  R$ 25,2 bilhões
05/11/2025 1,72%  153.294,44  R$ 25,5 bilhões
06/11/2025  0,03% 153.338,63  R$ 24,4 bilhões
07/11/2025  0,47%  154.063,53 R$ 24,0 bilhões
10/11/2025 0,77%  155.257,31  R$ 21,9 bilhões
11/11/2025 1,60%  157.748,60 R$ 35,3 bilhões
12/11/2025 -0,07% 157.632,90 R$ 28,9 bilhões
13/11/2025 -0,30% 157.162,43 R$ 29,0 bilhões
14/11/2025  0,37% 157.738,69 R$ 25,5 bilhões
17/11/2025  -0,47% 156.992,93 R$ 26,6 bilhões
18/11/2025 -0,30% 156.522,13  R$ 23,9 bilhões
19/11/2025  -0,73% 155.380,66 R$ 25,0 bilhões
21/11/2025  -0,39% 154.770,10  R$ 23,8 bilhões
24/11/2025  0,33%  155.277,56 R$ 27,5 bilhões
25/11/2025  0,41% 155.910,18 R$ 20,2 bilhões
26/11/2025 1,70% 158.554,94  R$ 26,0 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    Casas Bahia (BHIA3)

    A Casas Bahia deu mais um passo decisivo na reestruturação de sua dívida ao convocar debenturistas da 10ª emissão para uma assembleia em 17 de dezembro, quando será votado um amplo processo de reperfilamento dos títulos, incluindo a possibilidade de conversão de debêntures em ações. Paralelamente, o conselho aprovou convocação de uma assembleia geral extraordinária para deliberar sobre um aumento de capital de até R$13,25 bilhões, medida vista como essencial para dar flexibilidade financeira em meio ao avanço das negociações com credores e potenciais investidores. Saiba mais…

    Gafisa (GFSA3) 

    A Gafisa S.A. anunciou a aprovação, pelo conselho de administração, da venda de sua participação na SPE Presidente Backer Incorporação para a Soter, em um movimento que reforça o plano de reestruturação de ativos da companhia. O negócio inclui recebimento em dinheiro e a transferência para a Soter de obrigações com terrenistas, que somam aproximadamente R$ 15,5 milhões, além da assunção de todos os passivos relacionados ao projeto Sense Icaraí. Saiba mais…

    JBS (JBSS32)

    A JBS NV anunciou a criação da JBS Viva, nova gigante global do setor de couros, fruto da união entre sua operação de couro e os ativos industriais e comerciais do Grupo Viva. O acordo foi formalizado após aval do Conselho de Administração da companhia e inclui um memorando de entendimentos vinculante com a Vanz Holding e a Viposa. A transação ainda depende da assinatura dos documentos finais e do cumprimento de condições usuais. Saiba mais…

    Oncoclínicas (ONCO3)

    A Oncoclínicas informou na manhã desta quarta-feira (26/11) que recebeu um pedido formal da Latache para convocar uma assembleia geral extraordinária destinada a promover uma reformulação completa do conselho de administração. A gestora, que detém cerca de 14,6% do capital social da companhia, quer substituir todos os conselheiros, definir nova composição para mandato unificado de dois anos e eleger presidente e vice-presidente do colegiado. Saiba mais…

    Raízen (RAIZ4) e BTG (BPAC11)

    Nesta terça-feira (26/11), o BTG Pactual afirmou que não participa de qualquer negociação relacionada a uma suposta injeção financeira de até R$10 bilhões na Raízen, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitar esclarecimentos sobre um rumor publicado na imprensa. A resposta veio rápida e direta, afastando especulações que movimentaram o noticiário corporativo. Saiba mais…

    Sanepar (SAPR11) 

    A Sanepar, companhia de saneamento do Paraná listada na bolsa de valores brasileira (B3), aprovou o plano de equacionamento do déficit técnico do Plano de Previdência FusanPrev, referente ao balanço de 31 de dezembro de 2024. O montante total a ser equalizado é de R$ 83,7 milhões, dos quais R$ 41,2 milhões serão pagos pela empresa, conforme determina a Lei Complementar nº 109/2001. Saiba mais…

    Ser Educacional (SEER3)

    A Ser Educacional recebeu um voto renovado de confiança da Fitch Ratings nesta terça-feira (25/11). A agência reafirmou o rating nacional de longo prazo ‘AA(bra)’ da companhia — assim como de suas emissões de debêntures — e manteve a perspectiva “estável”, reforçando que a empresa segue financeiramente robusta mesmo em um ambiente desafiador para o ensino superior privado. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)