O Índice Geral de Preços – 10 registrou nova alta em novembro, subindo 0,18% após avançar 0,08% em outubro. O movimento interrompe o ritmo de desaceleração observado no início do segundo semestre e mantém o indicador acumulando queda de -0,80% no ano e leve alta de 0,34% em 12 meses. Em comparação com novembro de 2024, quando o índice havia subido 1,45%, o atual patamar reforça um ambiente de preços mais estável.

Quer ficar bem informado? Acesse o canal da ADVFN News [ grátis ]

Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, “O resultado do IGP-10 foi influenciado principalmente pela aceleração mais intensa nos preços de produtos da indústria de transformação no IPA, especialmente aqueles ligados a alimentos, a exemplo de carne bovina, farelo de soja e óleo de soja bruto. O INCC também apresentou avanço na taxa de variação mensal, como reflexo da maior pressão sobre a mão de obra técnica. Por outro lado, os preços ao consumidor registraram alta menos intensa em comparação com novembro, com destaque para o recuo nos preços de laticínios e frutas.”

⚠️ Cadastre-se gratuitamente na ADVFN para obter notícias, cotações em tempo real,
gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.[ Cadastre-se grátis ]

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alta de 0,15% em novembro, revertendo a queda de 0,04% registrada em outubro. O grupo de Bens Finais perdeu força, passando de 0,45% para 0,10%, acompanhando a desaceleração do índice Bens Finais (ex), que exclui alimentos in natura e combustíveis, e recuou de 0,40% para 0,31%. Já os Bens Intermediários avançaram 0,32%, após queda de 0,25% no mês anterior, enquanto o grupo Matérias-Primas Brutas voltou ao campo positivo, subindo 0,08%.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mostrou desaceleração, subindo 0,21% em novembro após avançar 0,48% em outubro. Três das oito classes de despesa recuaram, com destaque para Habitação (de 1,41% para -0,16%), Educação, Leitura e Recreação (de 1,27% para 0,41%) e Transportes (de 0,33% para 0,13%). Em sentido oposto, grupos como Saúde e Cuidados Pessoais, Alimentação e Vestuário aceleraram.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,30% em novembro, acima da taxa de 0,21% registrada em outubro. Materiais e Equipamentos aceleraram para 0,39%, Serviços recuaram para -0,10% e Mão de Obra avançou para 0,23%, refletindo pressões pontuais na atividade do setor.

A leitura consolidada do IGP-10 em novembro sinaliza um cenário misto para o mercado financeiro, com inflação ao produtor e custos da construção retomando força enquanto os preços ao consumidor perdem ritmo. Para investidores, esse retrato reforça a percepção de inflação ainda volátil, o que pode influenciar a curva de juros, o desempenho de títulos indexados à inflação e a sensibilidade do câmbio diante das expectativas para a política monetária.

Mesmo sem uma cotação específica anexada, os dados do IGP-10 se tornam relevantes neste momento, pois ajudam a calibrar expectativas para o comportamento dos preços no fim do ano. O movimento tende a influenciar decisões de posicionamento em renda fixa, ações sensíveis ao ciclo econômico e operações de câmbio nas próximas semanas.

 

Siga-nos nas redes sociais