Resultado trimestral mostra queda no lucro e na receita líquida, refletindo cenário de menor demanda e custos pressionados no setor automotivo. Mercado reage com cautela e ação opera em queda na bolsa de valores.

A Iochpe-Maxion (BOV:MYPK3), uma das maiores fabricantes globais de rodas automotivas e componentes estruturais, divulgou nesta quinta-feira (06/11) os resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25). A companhia registrou lucro líquido de R$ 35,1 milhões, queda de 67,9% em relação ao mesmo período de 2024, em meio a um ambiente operacional mais desafiador no setor automotivo global.

De acordo com a empresa, o Ebitda totalizou R$ 360,4 milhões, redução de 18,1% na comparação anual, enquanto a receita operacional líquida foi de R$ 3,802 bilhões, recuo de 4,5% em relação ao 3T24. O resultado reflete efeitos de desaceleração na produção de veículos, ajustes de estoques e pressões de custos de insumos, especialmente no mercado internacional.

O custo dos produtos vendidos atingiu R$ 3.342,1 milhões no 3T25 e R$ 10.408,8 milhões nos 9M25, representando uma queda de 4,6% em relação ao 3T24 e um crescimento de 3,2% em relação aos 9M24.

O lucro bruto atingiu R$ 460,3 milhões no 3T25 e R$ 1.438,7 milhões nos 9M25, representando uma queda de 3,6% em relação ao 3T24 e um crescimento de 7,5% em relação aos 9M24.

As despesas operacionais, que incluem vendas, gerais e administrativas e honorários da administração, totalizaram R$ 210,2 milhões no 3T25 e R$ 680,4 milhões nos 9M25, representando aumentos de 9,1% e 21,0%, respectivamente, em relação aos mesmos períodos de 2024.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 144,6 milhões no 3T25, um aumento de 45,8% em relação ao 3T24. No acumulado dos 9M25, o resultado negativo somou R$ 435,9 milhões, alta de 40,3% frente aos 9M24. Essa variação decorre, principalmente, do aumento das taxas de juros no período, que gerou acréscimo de R$ 25,1 milhões nas despesas financeiras do 3T25 em relação ao 3T24. Adicionalmente, a receita financeira do trimestre foi menor, reflexo da redução do volume médio de caixa disponível.

Os investimentos totalizaram R$ 142,3 milhões no 3T25 e R$ 385,9 milhões nos 9M25, representando uma redução de 26,3% em relação ao 3T24 e de 11,0% frente aos 9M24. Essa queda deve-se à redução dos investimentos regulares pela Companhia, em linha com as tendências de volume de mercado, especialmente na América do Norte.

O endividamento líquido consolidado em 30 de setembro de 2025 atingiu R$ 3.931,7 milhões, um aumento de 5,9% em relação a 30 de setembro de 2024, e de 1,7% em relação a 30 de junho de 2025. O endividamento líquido no final do 3T25 representou 2,55x o EBITDA dos últimos 12 meses, enquanto ao final do 3T24 representava 2,59x.

Mesmo diante desse cenário, a Iochpe-Maxion segue com foco na otimização de custos, disciplina financeira e reforço da eficiência industrial, estratégias consideradas fundamentais para sustentar competitividade em um período de menor tração do setor automotivo.

No pregão desta quinta-feira, a ação MYPK3 recua acompanhando a divulgação dos números. Às 10h29, o papel era negociado a R$ 10,69, baixa de 2,11%, após ter aberto o dia a R$ 10,75. A cotação oscilou entre R$ 10,33 e R$ 10,77 ao longo da manhã. A reação indica cautela dos investidores quanto à recuperação de margens no curto prazo.

A Iochpe-Maxion atua globalmente na fabricação de rodas para veículos leves e pesados, além de componentes estruturais para montadoras. A companhia possui presença industrial em diversos continentes e atende montadoras como Stellantis, Volkswagen, Mercedes-Benz e Ford.