Resultado trimestral da operadora logística traz lucro líquido ajustado de R$ 35,8 milhões; empresa reorganiza operações em três unidades estratégicas para ganhar eficiência e competitividade na B3
A JSL S.A. (BOV:JSLG3), gigante da logística integrada na bolsa de valores brasileira, divulgou nesta segunda-feira (10/11) seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2025, apresentando lucro líquido ajustado de R$ 35,8 milhões, uma queda significativa de 50,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O movimento ocorre em um trimestre marcado por avanços operacionais e reestruturação corporativa.
Segundo o relatório, o Ebitda ajustado atingiu R$ 526 milhões, registrando alta de 13% na base anual, enquanto a receita líquida somou R$ 2,5 bilhões, crescimento de 5,6%. em relação ao mesmo período do ano anterior ou 10% se desconsiderarmos os efeitos da IC transportes. Esse desempenho foi impulsionado pelo ramp-up consistente dos contratos implantados ao longo do primeiro semestre de 2025. É fundamental pontuar que, mesmo diante desse cenário macroeconômico, reforçamos nossa capacidade de sustentar um ritmo consistente de expansão orgânica, especialmente por meio do ganho de market share, com grandes oportunidades tanto na atual carteira quanto buscando novos clientes.
Nas unidades de negócio, houve crescimento na comparação anual de 19% em Intralog, 18% em JSL Digital e 2% em JSL Serviços Dedicados. Os principais setores que impulsionaram esse desempenho foram, a prestação de serviço de intralogística (devido a entrada no setor aeroportuário), e-commerce, papel e celulose e bens de consumo refletindo os contratos firmados nos últimos trimestres.
Além dos números, a JSL anunciou uma reorganização estratégica que divide suas operações em três unidades de negócio:
• JSL Serviços Dedicados – responsável por 75% da receita, focada em transporte especializado;
• Intralog – área voltada à armazenagem e intralogística;
• JSL Digital – plataforma de integração entre cargas e motoristas autônomos, com foco tecnológico.
A companhia afirmou que a revisão da estrutura busca fortalecer ganhos de eficiência e ampliar o alcance logístico em um mercado competitivo e sensível a custos. “Estamos avançando para um modelo mais integrado, escalável e orientado a dados”, afirmou a administração.
As vendas de ativos seguem em trajetória de crescimento, resultado dos esforços nos canais de vendas, atingindo R$ 115,2 milhões em receita líquida no trimestre, alta de 70% em relação ao 3T24 e 7% sobre o 2T25. Estamos focados na redução do estoque de ativos disponíveis para venda, com o intuito de otimizar a alocação de capital. Nesse trimestre, a margem bruta de vendas se manteve no campo positivo, embora ainda sob pressão de um tipo específico de veículo comercial leve (picape).
O ROIC running rate dos últimos doze meses (UDM) foi de 14,6% no terceiro trimestre de 2025. A consolidação da evolução das margens operacionais apresentada nos últimos dois trimestres, somada ao ramp-up dos novos contratos implantados, representa potencial relevante de expansão da rentabilidade nos próximos trimestres.
O capex líquido do trimestre totalizou R$ 63 milhões, o que representa uma redução de 28% em relação ao 3T24, principalmente em função da estratégia de locação de ativos, que reduz a necessidade de investimentos tanto para expansão quanto para renovação de frota.
A alavancagem registrou uma redução para 3,0x (queda de 0,15x) em relação ao 2T25. O índice Dívida Líquida/EBITDA-A, nossa referência para covenants, encerrou o trimestre em 2,5x. Esse avanço na desalavancagem é resultado direto das nossas iniciativas de redução de custos e da substituição de capex por aluguel, que reforçam o foco contínuo na geração e preservação de caixa e na evolução da estrutura de capital da Companhia, com objetivo de torná-la mais leve e rentável. Em termos de liquidez, encerramos o trimestre com R$ 1,6 bilhão em caixa, complementado por linhas de crédito comprometidas de R$ 320 milhões, totalizando R$ 2 bilhões de liquidez disponível, suficiente para cobrir a dívida de curto prazo em 2,0 vezes.
No pregão desta terça-feira (11/11), por volta das 10h34, as ações JSLG3 eram negociadas a R$ 5,87, alta de 6,73%, após abrirem o dia a R$ 5,45. Na faixa do dia, os papéis oscilaram entre R$ 5,43 e R$ 5,87. O movimento indica reação positiva do mercado à reestruturação — apesar da queda no lucro — sugerindo leitura de melhoria operacional no médio prazo.
A JSL atua no setor de logística integrada e serviços de transporte com forte presença no segmento de cadeia de suprimentos e soluções sob medida, competindo com nomes como Simpar (SIMH3), Movida (MOVI3) e operadores independentes regionais.
Para investidores que acompanham o setor de logística na B3, a nova estrutura organizacional pode representar um ponto de virada no posicionamento estratégico da companhia.