Movimento dos vértices curtos e longos da curva de juros mostra cautela: contratos de curto prazo recuam, enquanto os longos sobem com preocupação fiscal e influência externa.
Os juros futuros encerraram a sessão desta terça-feira (04/11) com movimento misto na curva de juros, refletindo a combinação entre cautela doméstica antes da decisão do Copom e o cenário internacional de aversão global ao risco. Enquanto os vértices curtos mostraram leve acomodação, em linha com a expectativa de manutenção da taxa Selic, os vencimentos mais longos avançaram, pressionados pela valorização do dólar e pelo aumento das preocupações fiscais.
Destaques positivos e negativos
Na ponta curta da curva de juros, os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) recuaram 0,01%, encerrando o dia cotados a 14,89% ao ano, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) cederam 0,04%, fechando a 13,87% ao ano.
Entre os vértices longos, o destaque ficou para os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31), que subiram 0,45%, encerrando a 13,43% ao ano. O mesmo movimento foi observado nos contratos com vencimento em janeiro de 2033 (BMF:DI1F33) e janeiro de 2035 (BMF:DI1F35), ambos com alta de 0,55%, terminando em 13,61% e 13,65% ao ano, respectivamente.
Vértices curtos e médios mais negociados
Os vencimentos mais líquidos do DI Futuro seguiram concentrados nos vértices intermediários, com destaque para janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), que movimentou 381.419 contratos, e janeiro de 2026 (BMF:DI1F26), com 209.424 contratos negociados. Esses prazos continuam sendo os principais termômetros de curto prazo do mercado, refletindo as apostas dos investidores sobre o próximo movimento da Selic.
Contratos longos: sensibilidade fiscal em foco
Na ponta longa, os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) e janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) registraram altas de 0,11% e 0,34%, cotados a 13,15% e 13,28% ao ano, respectivamente. O movimento foi acompanhado por volumes expressivos em DI1F29 (154.486 contratos) e DI1F31 (197.033 contratos). Esses vértices, mais sensíveis às expectativas de dívida pública e política fiscal, reagiram à combinação de câmbio pressionado e incertezas sobre o ajuste das contas do governo.
Fatores que movimentaram a curva de juros
Os juros futuros brasileiros foram influenciados por fatores internos e externos. No cenário doméstico, a expectativa pela decisão do Copom, que será anunciada nesta quarta-feira (05/11), manteve os investidores em compasso de espera. A projeção majoritária do mercado é de manutenção da taxa Selic em 15,00% ao ano, mas o comunicado do Banco Central será determinante para as apostas de dezembro.
Além disso, o dólar firme frente ao real e as dúvidas fiscais continuam elevando o prêmio de risco nos prazos mais longos, em um ambiente de “mau humor global” que reforçou a busca por proteção em títulos de renda fixa.
No exterior, o alívio observado nos rendimentos dos Treasuries — com a T-Note de 10 anos recuando para 4,08% — ajudou a conter maiores pressões sobre a curva local. O movimento veio após o mercado reavaliar as chances de novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro, após comentários mistos de dirigentes da autoridade monetária norte-americana.
A sessão desta terça-feira reforçou a leitura de um mercado dividido entre esperança de estabilidade monetária e temor fiscal persistente. Os vértices curtos da curva de juros continuam ancorados pela Selic, enquanto os longos captam a preocupação com o futuro das contas públicas e o impacto da política global de juros.
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