Os mercados globais amanhecem em alta nesta quarta-feira (12/11), refletindo uma combinação de fatores que alimentam o apetite por risco dos investidores. Nos Estados Unidos, os índices futuros operam com ganhos, impulsionados pela expectativa de encerramento da paralisação do governo federal, que já dura mais de 40 dias — a mais longa da história do país. A Câmara dos Representantes deve votar hoje um acordo que restabelece o financiamento das agências governamentais, o que pode destravar uma série de dados econômicos represados desde o início do shutdown.

Com a possível reabertura das agências, os investidores aguardam uma enxurrada de indicadores que podem influenciar as apostas sobre a política monetária americana. A expectativa é de que, com os dados em mãos, o Federal Reserve possa considerar um corte de juros já em dezembro, cenário que ganha força com a recente desaceleração da inflação e a resiliência do mercado imobiliário.

Falando em imóveis, o relatório semanal da Mortgage Bankers Association (MBA), divulgado nesta manhã, mostrou que os pedidos de compra de imóveis nos EUA cresceram 6% na semana encerrada em 7 de novembro, atingindo o ritmo mais forte desde setembro. O volume foi 31% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Apesar da leve alta na taxa média de juros para hipotecas de 30 anos — de 6,31% para 6,34% — os pedidos de refinanciamento caíram 3%, evidenciando a sensibilidade desse segmento às flutuações de curto prazo.

No Brasil, o mercado também opera com viés positivo. A ata do Copom divulgada ontem reforçou o tom dovish do Banco Central, indicando que o ciclo de alta da Selic está encerrado e reacendendo as expectativas de corte já em janeiro. O IPCA benigno divulgado recentemente fortalece essa visão, sem comprometer o diferencial de juros que sustenta o carry trade — estratégia que tem contribuído para a valorização do Ibovespa e a queda do dólar.

O setor de serviços brasileiro também surpreendeu positivamente. Segundo o IBGE, o volume cresceu 0,6% em setembro, marcando o oitavo mês consecutivo de alta e renovando o ápice da série histórica. Na comparação anual, o avanço foi de 4,1%, superando as projeções do mercado e reforçando a tese de recuperação econômica sustentada pelo consumo interno.

Na Europa, os dados de inflação reforçam o cenário de desaceleração. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI) caiu para 2,3% em outubro, enquanto a taxa harmonizada (HICP) recuou para 2,4%. Em Portugal, a inflação também desacelerou para 2,3%, confirmando a tendência observada no mês anterior. Esses números mantêm o Banco Central Europeu em alerta, mas indicam que a convergência para a meta de 2% está em curso.

Já na Itália, a produção industrial recuou 1,4% em setembro, segundo dados preliminares do Istat. Apesar da queda, o PMI industrial ajustado sazonalmente ficou em 49,9 em outubro, sinalizando estabilidade e evitando uma leitura de contração mais acentuada.

A agenda do dia inclui ainda o relatório mensal da Opep sobre o petróleo, uma nova pesquisa Quaest sobre o governo Lula, falas de dirigentes do Fed, entrevista e palestra de Gabriel Galípolo, além da divulgação de balanços corporativos, com destaque para o Banco do Brasil após o fechamento do mercado.

A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.