Nesta segunda-feira, 10 de novembro, os mercados financeiros iniciam a semana com sentimento positivo, impulsionado por avanços políticos nos Estados Unidos e pela expectativa de divulgação de dados econômicos relevantes. O cenário internacional começa a mostrar sinais de recuperação, refletidos na valorização dos índices futuros norte-americanos.
Durante a madrugada, os contratos futuros negociados em Nova York registraram forte alta, em resposta ao avanço de um acordo bipartidário no Senado dos EUA. A proposta busca encerrar o shutdown governamental, que já se estende por 40 dias, e reacende a confiança dos investidores quanto à retomada das operações públicas.
O projeto aprovado no Senado prevê a reintegração de servidores públicos demitidos e a suspensão de cortes até o fim do ano fiscal de 2026. Apesar do avanço, o texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados, onde enfrenta resistência por não contemplar a extensão dos subsídios do Obamacare, o que pode atrasar sua implementação.
Nos Estados Unidos, os investidores também aguardam a divulgação de indicadores econômicos cruciais, como o CPI (Índice de Preços ao Consumidor), o PPI (Índice de Preços ao Produtor) e os dados de vendas no varejo. A ausência de um calendário oficial para essas publicações aumenta a cautela no mercado e pode gerar volatilidade ao longo da semana.
Na Europa, o destaque será a divulgação do Produto Interno Bruto da Zona do Euro, que deve oferecer uma leitura mais clara sobre o ritmo de recuperação econômica do bloco. Já na Ásia, os olhos se voltam para os dados da China, especialmente os relacionados à indústria e ao comércio exterior, que funcionam como termômetro da atividade global.
No Brasil, a semana começa com uma agenda intensa. A B3 entra na fase final da temporada de balanços corporativos, com resultados de empresas dos setores financeiro, varejista e de commodities. Esses números serão decisivos para o desempenho do Ibovespa e para a avaliação da saúde financeira das companhias nacionais.
Outro ponto de atenção no mercado doméstico é a divulgação da ata do Copom, que poderá trazer novos sinais sobre os rumos da taxa Selic. A expectativa é que o documento reforce o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, em meio a um cenário ainda desafiador para os preços.
Além disso, serão divulgados dados importantes como o IPCA de outubro, o volume de serviços e as vendas no varejo. Esses indicadores ajudarão a calibrar as projeções sobre o crescimento da economia brasileira e os próximos passos da política monetária.
Acompanhe em tempo real as principais cotações do mercado financeiro mundial na ADVFN
Antes da abertura dos mercados nos Estados Unidos e no Brasil nesta segunda-feira (10/11), os índices futuros norte-americanos operam em alta, refletindo o otimismo dos investidores com o cenário político e econômico global. O Dow Jones Futuro (CCOM:US30) sobe 0,22%, o S&P 500 (CCOM:US5000 avança 0,75% e o Nasdaq Futuro (CCOM:US100) lidera os ganhos com alta de 1,29%. Na Ásia, as principais bolsas fecharam em território positivo, com destaque para o Hang Seng de Hong Kong (+1,55%) e o Nikkei do Japão (+1,26%). O índice Shanghai SE subiu 0,53%, enquanto o Nifty 50 da Índia e o ASX 200 da Austrália (ASX:XJO) registraram altas de 0,43% e 0,75%, respectivamente.
Na Europa, o tom também é de valorização generalizada. O índice pan-europeu STOXX 600 sobe 1,00%, acompanhado por ganhos expressivos no DAX (DBI:DAX) da Alemanha (+1,39%) e no FTSE MIB (BITI:FTSEMIB) da Itália (+1,29%). O CAC 40 (EU:PX1) da França avança 0,97% e o FTSE 100 (LSE:UKX) do Reino Unido registra alta de 0,50%. No mercado de commodities, o petróleo opera em alta: o WTI sobe 1,00%, cotado a US$ 60,35, e o Brent avança 0,93%, a US$ 64,22. Já o minério de ferro recua levemente 0,07% na bolsa de valores de Dalian, negociado a 765,00 iuanes (US$ 107,45). O Bitcoin também apresenta valorização, com alta de 1,34%, cotado a US$ 105.964,19.
Radar do Investidor: indicadores, eventos e balanços movimentam a segunda-feira
A semana começa com uma agenda econômica intensa que exige atenção redobrada dos investidores. Logo cedo, às 08h00, a Fundação Getulio Vargas divulga a prévia do IPC-S, indicador que antecipa a inflação semanal nas principais capitais do país. Pouco depois, às 08h25, o Banco Central publica o Boletim Focus, com as projeções do mercado para inflação, PIB, câmbio e taxa Selic. À tarde, às 15h00, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apresenta os dados da balança comercial semanal, importantes para avaliar o desempenho das exportações e importações brasileiras.
No campo dos eventos, o destaque internacional é a abertura da COP30, com participação do presidente Lula, reforçando o foco em políticas climáticas e sustentabilidade. No cenário financeiro global, os diretores do Banco Central, Gabriel Galípolo e Ailton Picchetti, participam das “Bimonthly Meetings” promovidas pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), na Basileia. Já às 10h00, o Banco Central realiza coletiva sobre a regulamentação da negociação com ativos virtuais, tema que vem ganhando relevância com o avanço das criptomoedas e da tokenização de ativos.
No Brasil, o investidor também deve acompanhar os balanços corporativos que serão divulgados após o fechamento do mercado. Empresas de peso como Braskem, Itaúsa, Natura, Sabesp e Movida apresentam seus resultados, além de Azzas, Even, MBRF e São Martinho. Esses números serão decisivos para o desempenho das ações na B3 e podem influenciar o humor do mercado nos próximos dias.
Para acompanhar todos os dados em tempo real, acesse o Calendário Econômico ADVFN.