Cotações caem em Dalian e Singapura. Ações da Vale sobem no Brasil e em Nova York com foco em fundamentos sólidos.

O mercado global de minério de ferro encerrou esta quarta-feira (05/11) pressionado por preocupações persistentes com a desaceleração da demanda na China — maior compradora mundial da commodity — e pelo acúmulo de estoques nos portos chineses. Apesar disso, as ações da Vale (BOV:VALE3) | (NYSE:VALE) registraram alta, sustentadas por fundamentos sólidos e expectativas positivas para o quarto trimestre.


Panorama do mercado do minério de ferro

Na Bolsa de Dalian (China), o contrato mais negociado para janeiro recuou 0,9%, encerrando a 771 yuans por tonelada (cerca de US$108,24). Já na Bolsa de Singapura (SGX), o contrato de referência para dezembro caiu 0,43%, para US$103,15 por tonelada, marcando o quarto pregão consecutivo de perdas.

Motivos da queda:

  • Demanda fraca do setor siderúrgico chinês;

  • Produção de aço em desaceleração;

  • Excesso de estoques de minério nos portos da China;

  • Pressão do dólar mais forte sobre as commodities.


Desempenho da Vale e mineradoras brasileiras

Mesmo com o minério em queda, a Vale (BOV:VALE3) avançou 1,72%, cotada a R$65,73, após oscilar entre mínima de R$64,50 e máxima de R$66,17. O desempenho reflete o otimismo do mercado com a estratégia de redução de custos e aumento de produtividade nas operações da companhia.

Nos Estados Unidos, os ADRs da Vale (NYSE:VALE) também subiram 2,93%, fechando a US$12,29, acompanhando o bom humor dos investidores globais com as mineradoras listadas em Nova York.

Outra produtora nacional, a CSN Mineração (BOV:CMIN3), teve leve recuo de 0,17%, encerrando a R$5,96, em linha com o movimento do minério no exterior.


Mineradoras internacionais

Austrália (ASX): As ações da BHP (ASX:BHP) avançaram 2,50%, cotadas a US$55,80, beneficiadas pela recuperação parcial dos preços do aço e pela expectativa de que Pequim possa adotar estímulos para o setor de infraestrutura.

Reino Unido (LSE): A Rio Tinto (LSE:RIO) registrou alta de 1,49%, para US$68,90, sustentada por revisões positivas de analistas quanto à sua eficiência operacional.

Europa (Euronext): A ArcelorMittal (EU:MT) subiu 1,38%, negociada a US$37,42, impulsionada por sinais de melhora nas margens de refino de aço no continente.

Estados Unidos (NYSE): A Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF) teve queda de 1,68%, cotada a US$10,50, refletindo o impacto dos preços mais baixos do minério sobre os custos da cadeia siderúrgica americana.


Perspectivas e relevância para o mercado brasileiro

Embora o minério de ferro enfrente pressões de curto prazo, analistas destacam que o cenário estrutural do setor segue sólido, especialmente com a Vale se beneficiando de operações de baixo custo e de um mix de produtos de maior qualidade.

A commodity segue como um dos pilares da balança comercial brasileira e fator-chave para o desempenho da bolsa de valores (B3), influenciando diretamente o Ibovespa.

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