Analistas destacam forte momentum operacional e exportações recordes; XP vê potencial de alta para BEEF3, mas acredita que parte do cenário positivo já está precificado.
A XP revisou sua avaliação para a Minerva (BOV:BEEF3) e elevou o preço-alvo da companhia de R$ 7,90 para R$ 8,40, representando um potencial de valorização de 32,08% sobre o último fechamento na bolsa de valores. Apesar da visão construtiva, a corretora retirou o papel da lista de Top Picks, indicando que parte do otimismo já está refletida na cotação atual.
Segundo o relatório assinado pelos analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, a tese favorável da Minerva (BEEF3) se apoiava em três pilares: forte momentum operacional, valuation atrativo e redução de risco após robusta geração de caixa impulsionada pelas aquisições recentes. O papel acumulou alta de 35% desde sua inclusão na carteira recomendada, superando o Ibovespa (BOV:IBOV) em 22% e outras empresas de proteínas listadas na bolsa de valores em cerca de 39%.
A XP projeta que o quarto trimestre apresente um Ebitda ajustado de R$ 1,4 bilhão — avanço de 4% frente ao trimestre anterior — e fluxo de caixa livre de R$ 491 milhões, mesmo após o desconto de R$ 346 milhões em operações de forfait. Os analistas destacam ainda que as exportações brasileiras de carne bovina continuam em ritmo recorde, com novembro apontando para novo pico histórico, sustentado por demanda firme e preços elevados. No mercado interno, a tendência sazonal de alta deve seguir até dezembro.
A casa também revisou suas projeções de oferta e demanda: 2026 tende a marcar um ciclo negativo, com queda de 4% na produção de carne bovina. Fatores como retenção de fêmeas, oferta mais restrita e retorno à cadência histórica explicam o movimento — embora maior eficiência e animais mais pesados possam mitigar os impactos.
No cenário externo, a XP vê como positivo o aumento da cota de exportação para os Estados Unidos, além da redução das tarifas para o Brasil. Entretanto, a investigação de salvaguarda iniciada pela China adiciona incerteza ao setor.
“O impulso operacional da Minerva ainda não se esgotou, mas grande parte desse cenário já está embutido no preço, reduzindo a margem de segurança em um momento de possível virada do ciclo pecuário”, escreveram os analistas da XP no relatório.
No pregão desta terça-feira (25/11), as ações da Minerva (BEEF3) eram negociadas a R$ 6,31, queda de 0,79%, após abrirem o dia a R$ 6,35. Ao longo da sessão, os papéis oscilaram entre a mínima de R$ 6,23 e a máxima de R$ 6,39. O volume já ultrapassava 7,8 milhões de ações, refletindo um mercado atento às revisões da XP e às expectativas para o setor de proteínas.
A Minerva (BEEF3), listada na B3, é uma das maiores exportadoras de carne bovina da América do Sul, atuando em países como Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Colômbia. A companhia opera marcas reconhecidas e competem com empresas como MBRF (MBRF3) e JBS (JBSS3), com forte exposição ao comércio internacional e ao mercado asiático.
Com projeções atualizadas e um cenário global em transformação, Minerva (BEEF3) segue no radar dos investidores que acompanham o setor de proteínas.