A incorporadora apresentou lucro líquido de R$ 8,65 milhões no terceiro trimestre, com recuo nas receitas e nas vendas; ação MTRE3 opera em queda na bolsa de valores B3.
A Mitre Realty Empreendimentos e Participações S.A. (BOV:MTRE3) divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2025 (3T25), registrando lucro líquido de R$ 8,65 milhões. O resultado representa uma queda de 49,3% em comparação ao 3T24, período em que a companhia reportou margens mais robustas.
A receita operacional líquida somou R$ 243,2 milhões, retração de 16,8% na base anual. As vendas líquidas também recuaram, atingindo R$ 279,7 milhões — queda de 13% na comparação com o 3T24.
O volume de distratos no trimestre atingiu R$ 32,9 milhões, um acréscimo de 5,4% em relação ao 3T24, entretanto, no acumulado do ano o indicador recuou 30,1%, totalizando R$ 76,6 milhões. Como consequência, a Companhia registrou R$ 280,0 milhões em vendas líquidas, valores 13,0% e 4,0% inferiores aos do 3T24 e 2T25, respectivamente.
A Companhia encerrou o 3T25 com um estoque total de aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Impactado pelo lançamento do Haus Mitre Moema, que possui um VGV de R$ 489 milhões líquido (líquido de comissão de vendas e Ajustado a Valor Presente “AVP”).
Durante o terceiro trimestre realizamos a entrega de mais 3 empreendimentos, que somam 1.077 unidades e um VGV de aproximadamente R$ 655 milhões. No 9M25, esse número já alcança o R$ 1,4 bilhão e 2.044 unidades. Até o final do ano possuímos no planejamento a entrega de mais um projeto de R$ 176 milhões de VGV, perfazendo um VGV estimado de R$ 1,6 bilhão em 2025.
A Companhia encerrou o trimestre com um landbank potencial de R$ 4,6 bilhões em VGV, representando uma redução de 15,5% em relação ao 2T25 em virtude, do lançamento do trimestre.
As despesas gerais e administrativas mantiveram trajetória de redução. No trimestre, totalizaram R$ 23,5 milhões, representando uma queda nominal de 27,8% em relação ao 3T24, e -1,5 p.p. em relação à receita líquida. No acumulado do ano, houve uma redução nominal importante de 22,9%, equivalente a 1,5 p.p. a menos sobre a receita da Companhia.
O resultado financeiro, por sua vez, encerrou o trimestre positivo em R$ 2,6 milhões, reduzindo em 39,8% em relação ao 3T24, impactado pela menor receita de aplicações financeiras no período. No acumulado do 9M25, o crescimento foi de 20,1%, somando R$ 9,9 milhões.
A companhia encerrou o 3T25 com dívida líquida de R$ 499,2 milhões, representando um consumo de caixa de R$ 2,5 milhões no trimestre, ex-dividendos. A alavancagem atingiu 48,1%, aumento de 1,9 p.p. em relação ao trimestre anterior, reflexo da postergação no recebimento de repasses, em função da escassez de mão de obra observada no setor.
No contexto do mercado imobiliário, o trimestre refletiu um ambiente de seletividade maior do consumidor e pressão sobre preços e custos. Apesar disso, a Mitre destaca que mantém foco em projetos com maior liquidez e que seu pipeline de lançamentos segue consistente, especialmente nas regiões de maior demanda em São Paulo.
A empresa não divulgou comentários diretos da diretoria no documento original, mas sinaliza continuidade de sua estratégia voltada ao segmento de média e alta renda, buscando preservar rentabilidade em um cenário desafiador do setor.
No pregão desta sexta-feira (29/11), durante a tarde, as ações de Mitre (MTRE3) operavam em queda de 3,83%, negociadas a R$ 3,52. O papel abriu o dia a R$ 3,65, tocou R$ 3,65 na máxima e R$ 3,50 na mínima. A divulgação do resultado adiciona cautela ao investidor, que já vinha acompanhando a volatilidade do setor imobiliário na bolsa de valores B3.
A Mitre Realty (MTRE3) é uma incorporadora e construtora com foco no mercado residencial de médio e alto padrão, principalmente na cidade de São Paulo. Concorrentes relevantes incluem EZTEC (EZTC3), Cyrela (CYRE3) e Even (EVEN3).