A Nvidia (NASDAQ:NVDA), a empresa considerada o principal termômetro do boom de inteligência artificial, reportou um terceiro trimestre fiscal avassalador após o fechamento de quarta-feira, 19 de novembro de 2025.
A receita saltou para US$ 57 bilhões, alta de 62% em um ano e 22% frente ao trimestre anterior, com lucro por ação de US$ 1,30 acima das projeções de Wall Street.
As ações da empresa subiam mais de 4% em verificação realizada no after-market de quarta, depois de fecharem o pregão regular em alta de 2,85%.
A alta nas ações pode ser um sinal de que o desempenho trimestral reforçou a tese de que a corrida global por infraestrutura de IA está longe de esfriar. A companhia se beneficia da combinação de computação acelerada, grandes modelos de IA e novos aplicativos com agentes, que puxam demanda por suas GPUs Blackwell e soluções de rede de alta velocidade em escala de data centers globais. A Nvidia também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:NVDC34).
A rentabilidade segue em patamar raríssimo para o setor. A margem bruta GAAP atingiu 73,4% (73,6% não-GAAP), enquanto o lucro operacional subiu para US$ 36 bilhões, 65% acima de um ano antes. O lucro líquido avançou 65%, para US$ 31,9 bilhões, com o lucro diluído por ação saltando de US$ 0,78 para US$ 1,30 em 12 meses.
O coração do negócio continua sendo o segmento de data centers, que gerou receita recorde de US$ 51,2 bilhões, aumento de 66% na base anual e 25% na comparação trimestral. Esse braço já responde pela esmagadora maioria das vendas e é abastecido por contratos gigantescos com hiperescaladores e empresas de IA em todo o mundo.
Dentro de data centers, a receita de computação somou US$ 43 bilhões, refletindo a demanda por GPUs Blackwell e Blackwell Ultra. A área de redes, impulsionada por NVLink, InfiniBand XDR e soluções Ethernet para IA, movimentou US$ 8,2 bilhões, crescendo impressionantes 162% em um ano, à medida que clientes conectam centenas de milhares de GPUs em clusters massivos.
O CEO Jensen Huang descreveu o momento como um “ciclo virtuoso da IA”, afirmando que “as vendas da Blackwell estão disparando e as GPUs para nuvem estão esgotadas”. Segundo ele, treinamento e inferência crescem de forma exponencial, enquanto o ecossistema se expande com mais startups, mais modelos fundacionais e mais países adotando aplicações de IA em escala.
Apesar de ter perdido protagonismo relativo, o segmento de games continua relevante e saudável. A divisão registrou receita de US$ 4,3 bilhões, alta de 30% em relação ao ano anterior, ainda impulsionada pela linha GeForce RTX e tecnologias como DLSS 4. Na comparação trimestral, houve leve queda de 1%, com canais voltando a níveis mais normais.
A área de visualização profissional também acelerou, com receita de US$ 760 milhões, alta de 56% em um ano e 26% na variação trimestral. No trimestre, ocorreu o lançamento do DGX Spark, supercomputador de IA em formato compacto.
O segmento de automotivo e robótica faturou US$ 592 milhões, crescendo 32% ano a ano, apoiado em plataformas autônomas e IA física.
No balanço, a Nvidia saiu do trimestre com uma posição de caixa, equivalentes e títulos negociáveis de US$ 60,6 bilhões, frente a US$ 38,5 bilhões um ano antes. As contas a receber somaram US$ 33,4 bilhões e os estoques subiram para US$ 19,8 bilhões, com pedidos antecipados para garantir componentes de longo prazo e futuras gerações de chips.
A geração de caixa acompanha o lucro recorde. O fluxo de caixa das operações chegou a US$ 23,8 bilhões no trimestre, acima dos US$ 17,6 bilhões de um ano antes, enquanto o fluxo de caixa livre atingiu US$ 22,1 bilhões. Esses recursos financiam simultaneamente investimentos em capacidade, acordos de nuvem, P&D e um programa de retorno ao acionista.
A empresa devolveu US$ 12,7 bilhões aos investidores no trimestre, sendo US$ 12,5 bilhões em recompra de ações e US$ 243 milhões em dividendos. Nos primeiros nove meses do ano fiscal, já foram US$ 37 bilhões em retornos, e ainda restam US$ 62,2 bilhões aprovados para novas recompras. O próximo dividendo de US$ 0,01 por ação será pago em 26 de dezembro.
Do lado de custos, as despesas operacionais GAAP cresceram 36% em um ano, para US$ 5,84 bilhões, e 8% na comparação trimestral, mostrando aumento de quadro, salários, infraestrutura e desenvolvimento de novos chips e sistemas. Na métrica não-GAAP, as despesas ficaram em US$ 4,22 bilhões, após excluir remuneração baseada em ações e custos ligados a aquisições.
A companhia segue publicando resultados GAAP e não-GAAP, ajustando por remuneração em ações, amortização de intangíveis e ganhos com participações. Mesmo após os ajustes, o lucro não-GAAP praticamente acompanha o GAAP, com lucro líquido de US$ 31,77 bilhões e lucro diluído por ação também em US$ 1,30.
Projeções
Para o quarto trimestre fiscal, a Nvidia projeta receita de US$ 65 bilhões, com margem de erro de 2%, e margem bruta em torno de 75% tanto em base GAAP quanto não-GAAP. As despesas operacionais devem chegar a US$ 6,7 bilhões (US$ 5 bilhões não-GAAP), com resultado financeiro positivo estimado em US$ 500 milhões e alíquota de imposto de cerca de 17%.
O guidance implica nova expansão de dois dígitos na comparação trimestral e mostra que a empresa espera manter o ritmo de crescimento mesmo após múltiplos trimestres de altas explosivas.
Ainda assim, o mercado está temeroso com uma possível bolha de IA, ao mesmo tempo que está monitorando outros riscos relevantes, como restrições de exportação de chips de ponta para a China, concentração em megacontratos com hiperescaladores e a ofensiva competitiva de rivais como AMD (NASDAQ:AMD) (BOV:A1MD34) e Broadcom (NASDAQ:AVGO) (BOV:AVGO34).
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