Grupo enfrenta dificuldade em cumprir obrigações extraconcursais e pode entrar em liquidação judicial, segundo petição conjunta apresentada ao Judiciário

As ações da Oi (BOV:OIBR3) movimentam o radar da bolsa de valores após a companhia, em conjunto com o gestor judicial Bruno Rezende, reconhecer a possível caracterização do estado de insolvência do grupo. A informação consta em petição encaminhada à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial.

Na prática, a operadora de telecomunicações afirma que não está conseguindo honrar passivos extraconcursais — dívidas assumidas após o plano de recuperação judicial anterior — e reconhece descumprimentos estruturais no plano que segue em vigor. O movimento ocorre em meio a anos de reestruturação, venda de ativos e tentativas de reposicionamento no mercado.

O gestor judicial solicitou que, caso seja decretada a liquidação judicial, o juiz autorize a continuidade provisória das atividades da companhia. A medida tem como objetivo assegurar a transição operacional dos serviços essenciais de telecomunicações, preservando estrutura física, equipes e contratos até que a transferência integral para novas operadoras ou concessionárias seja efetivada.

Esse pedido de continuidade é considerado estratégico: interromper as operações repentinamente poderia gerar instabilidade no fornecimento de serviços de telefonia fixa, internet e infraestrutura óptica em diversas regiões do país.

No pregão de sexta-feira (07/11), OIBR3 encerrou estável a R$0,28, mantendo o preço de fechamento da sessão anterior. Ao longo da manhã, a ação oscilou entre R$0,27 na mínima e R$0,29 na máxima, refletindo cautela dos investidores diante do comunicado. O mercado acompanha o desdobramento judicial, que pode resultar em liquidação, venda de unidades operacionais ou novo ciclo de reestruturação.

A Oi é uma das maiores operadoras de telecomunicações do Brasil, atuando nos segmentos de fibra óptica, banda larga residencial e serviços corporativos de infraestrutura digital. Depois de vender sua divisão móvel e parte da rede, a companhia buscava consolidar sua presença em fibra como estratégia de sobrevivência no setor, altamente competitivo e com elevados custos estruturais.