Resultado negativo de R$ 1,88 bilhão pesa no sentimento do mercado; ação ONCO3 opera em forte alta após abertura, mesmo com queda de receita e retração de Ebitda
A Oncoclínicas Brasil Serviços Médicos (BOV:ONCO3) surpreendeu o mercado ao divulgar, na noite de sexta-feira (14/11), um prejuízo líquido de R$ 1,88 bilhão no terceiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 3,1 milhões registrado no mesmo período de 2024. O balanço trimestral, marcado por grandes provisões e baixas contábeis, chegou como um sinal de alerta para investidores que acompanham o setor de saúde na bolsa de valores.
Segundo o documento enviado ao mercado, o desempenho foi impactado diretamente por duas provisões — R$ 864,9 milhões e R$ 67 milhões — e duas baixas contábeis — R$ 466,2 milhões e R$ 183,2 milhões. No agregado, esses ajustes extraordinários distorceram o lucro contábil e intensificaram a deterioração das métricas financeiras.
No resultado operacional, o Ebitda ajustado somou R$ 241,4 milhões, queda de 20,3% frente ao terceiro trimestre de 2024. A receita líquida caiu 13,6%, chegando a R$ 1,41 bilhão, refletindo pressão no volume de atendimentos e revisão contratual com operadoras.
Apesar do forte revés, a companhia destacou que os ajustes extraordinários não representam caixa e que fazem parte de um processo de revisão estratégica dos ativos. A administração reforçou que segue focada em eficiência operacional, renegociação de contratos e aceleração de serviços de alta complexidade.
No pregão desta segunda-feira (17/11), a ação ONCO3 sobe 16,09%, negociada a R$ 2,02 às 11h24. O papel abriu o dia a R$ 1,85, marcou mínima em R$ 1,81 e máxima em R$ 2,05, operando com forte volatilidade após a divulgação dos números. A reação agressivamente positiva sugere que parte dos investidores já antecipava o impacto contábil ou enxerga os efeitos como pontuais, apostando em recuperação operacional.
A Oncoclínicas Brasil Serviços Médicos (BOV:ONCO3) é uma das maiores redes especializadas em tratamento oncológico da América Latina, atuando com centros integrados, oncologia clínica, hematologia, radioterapia e terapias avançadas. O setor de saúde suplementar é marcado por competição intensa, margens pressionadas e forte dependência de negociações com operadoras.
O prejuízo bilionário acende um alerta no curto prazo, mas a forte reação de ONCO3 sugere expectativa de reorganização e avanços estruturais.