A inflação que nasce nas fábricas e indústrias europeias deu um sinal de alívio em setembro. De acordo com o escritório de estatísticas da União Europeia, o Eurostat, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) na zona do euro recuou 0,1% na comparação com o mês de agosto. O mesmo movimento de baixa, de 0,1%, foi observado para o bloco ampliado da União Europeia. Quando olhamos para o acumulado no ano, os números pintam um quadro misto: a zona do euro registrou uma deflação de 0,2% no IPP, enquanto a UE como um todo viu uma leve alta de 0,1%.

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Os dados divulgados nesta quarta-feira (05/11) mostram que a pressão de custos não é uniforme em todos os setores. No núcleo da zona do euro, os preços de bens de consumo duráveis e não duráveis subiram 0,3% e 0,1%, respectivamente, na passagem de agosto para setembro. Enquanto isso, os preços dos bens de capital e dos bens intermediários ficaram estagnados. O grande alívio veio da frente da energia, que registrou uma queda de 0,2% no período. Na comparação anual, o comportamento segue essa divisão: os bens de consumo não duráveis lideram as altas, com um aumento de 1,9%, seguidos pelos bens de capital (+1,8%) e duráveis (+1,6%). No lado oposto, os preços da energia despencaram 2,4% e os bens intermediários recuaram 0,1%.

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Para os mercados financeiros, um IPP em desaceleração ou em queda é geralmente recebido com otimismo, pois sinaliza um arrefecimento das pressões inflacionárias na base da cadeia produtiva. Isso pode dar mais margem e confiança ao Banco Central Europeu (BCE) para manter ou até antecipar um ciclo de cortes mais agressivo na taxa de juros. Tal cenário tende a ser um vento favorável para as bolsas de valores europeias, como o índice Euronext 100 (EU:N100) e o alemão DAX (DBI:DAX), pois juros mais baixos tornam as ações mais atrativas. No mercado de câmbio, uma política monetária mais branda pode exercer pressão de baixa sobre o euro frente a outras moedas, como no par EUR/USD. Para os títulos, a expectativa de juros menores geralmente impulsiona os preços dos bunds alemães.

No contexto atual, onde o BCE navega entre controlar a inflação e não estrangular o crescimento econômico, a desinflação no atacado é um dado crucial. Esta notícia reforça a percepção de que o pico inflacionário pode ter ficado para trás na Europa, abrindo espaço para manobras monetárias que podem aquecer a economia real e, consequentemente, os mercados financeiros do bloco. A confirmação de uma trajetória descendente para o IPP será essencial para sustentar o atual sentimento de aversão ao risco nos investimentos.

 

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