Receita líquida recua 2%, produção média cai 3% e preço do barril sofre forte impacto do dólar e do petróleo; Ebitda cai 20% no período
A PetroReconcavo S.A. (BOV:RECV3) anunciou nesta quinta-feira (06/11) seu resultado financeiro do terceiro trimestre de 2025 (3T25), registrando lucro líquido de R$ 121,9 milhões, queda de 23% na comparação anual. A receita líquida somou R$ 786,3 milhões, retração de 2% frente ao mesmo período de 2024.
A redução no lucro acompanha o desempenho operacional da companhia, que viu sua produção média cair 3%, totalizando 26,4 mil barris de petróleo equivalente (boe) por dia. Entre os ativos, o Ativo Bahia registrou produção média de 13,5 mil boe/dia, impactada pelo declínio acelerado no campo de Tiê, parcialmente compensado pelo aumento nos Polos de Miranga e Remanso. Já o Campo Potiguar produziu 12,9 mil boe/dia, queda de 6%, influenciada pela ausência de novas completações.
O preço médio do barril vendido também influenciou os resultados: US$ 59,46, abaixo dos US$ 73,50 do ano passado. Os custos e despesas totais ficaram em R$ 384,3 milhões, alta de 3% no ano, principalmente devido a maiores gastos com serviços e materiais. O Ebitda caiu 20% no período, chegando a R$ 350 milhões. O resultado financeiro apresentou saldo negativo de R$ 8,9 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 40,3 milhões registrado no 3T24.
O custo médio de produção no trimestre foi de R$ 206 milhões, aumento de 5% em relação ao 2T25. Já o custo por barril foi de US$ 15,52/boe, aumento de 12% em relação 2T25. Esse crescimento foi impactado pelos custos associados à reparos de poços, pelo aumento das despesas operacionais relacionadas à integridade de ativos, somado à redução da produção, que limita a diluição dos custos fixos, além do efeito da desvalorização cambial no período.
A Companhia registrou R$ 52 milhões em royalties no trimestre, redução de 12% em relação ao 2T25, refletindo os menores preços médios de referência de petróleo e gás, a variação cambial e uma redução de 13% na produção total do campo de Tiê em comparação ao 2T25, cuja alíquota de royalties é superior à média da Companhia.
O Capex no trimestre totalizou R$ 569 milhões, 55% maior em relação ao 2T25.
A Dívida Líquida da Companhia em 30 de setembro de 2025 era de R$ 1,5 bilhão, aumento de 18% em relação ao saldo de 2024. A relação Dívida Líquida/EBITDA dos últimos 12 meses, foi de 1,00x, o prazo médio da dívida (duration) de 3,79 anos e o custo médio dolarizado de 6,51% ao ano.
Segundo a PetroReconcavo, o cenário desafiador reflete a combinação de produção em declínio, variação cambial e menor preço do petróleo, que pressionaram a receita líquida e a rentabilidade.
No mercado, as ações RECV3 fecharam em R$ 12,58, baixa de 0,55% em relação ao fechamento anterior de R$ 12,65, com mínima do dia em R$ 12,47 e máxima em R$ 12,80. A capitalização de mercado atual é de R$ 3,673 bilhões. O desempenho deve ser observado de perto pelos investidores na bolsa de valores nesta sexta-feira (07/11), à medida que o mercado digere os impactos do trimestre.
A PetroReconcavo S.A. atua no setor de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, com foco nos campos de Bahia e Rio Grande do Norte. Seus principais concorrentes incluem Enauta (ENAT3) e PetroRio (PRIO3), e a empresa comercializa petróleo e derivados, buscando otimizar produção e eficiência em seus ativos.