A taxa de desocupação do país no terceiro trimestre de 2025 ficou em 5,6%, marcando um ritmo de melhora distribuído de forma desigual entre os estados. Frente ao segundo trimestre, o índice recuou em apenas 2 das 27 Unidades da Federação, enquanto as demais permaneceram estáveis. Entre os maiores percentuais de desocupação estavam Pernambuco (10,0%), Amapá (8,7%) e Bahia (8,5%). Já os menores foram observados em Santa Catarina (2,3%), Mato Grosso (2,3%), além de Rondônia e Espírito Santo, ambos com 2,6%.
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A diferença entre grupos demográficos também permanece evidente. A taxa de desocupação (5,6%) alcançou 4,5% para os homens e 6,9% para as mulheres no período analisado. Sob a ótica de cor ou raça, o indicador ficou abaixo da média nacional entre brancos (4,4%), mas acima para pretos (6,9%) e pardos (6,3%), reforçando desigualdades estruturais ainda persistentes no mercado de trabalho brasileiro.
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O nível de instrução também influenciou fortemente o resultado. A taxa de desocupação para pessoas com ensino médio incompleto (9,8%) permaneceu como a maior entre os níveis analisados. Entre indivíduos com nível superior incompleto, o índice marcou 5,8%, quase o dobro do observado para quem possui superior completo, que registrou apenas 3,0%.
A taxa composta de subutilização — que reúne desocupados, subocupados por insuficiência de horas e força de trabalho potencial — alcançou 13,9% no trimestre. Entre os estados, o Piauí liderou com 29,1%, seguido de Sergipe (26,5%) e Bahia (26,2%). As menores taxas ficaram com Santa Catarina (4,4%), Mato Grosso (6,0%) e Espírito Santo (6,1%).
Outro destaque do relatório foi o contingente de 1,2 milhão de pessoas que buscavam trabalho há dois anos ou mais, o menor número para um terceiro trimestre desde 2014, representando queda de 17,8% em relação ao mesmo período de 2024.
O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) do país no terceiro tri de 2025 foi de 2,4%. Maranhão (9,3%), Piauí (7,9%) e Alagoas (7,8%) tinham os maiores percentuais, enquanto os menores estavam em Santa Catarina (0,3%) e Mato Grosso (0,7%). A seguir, vinham Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul (os três com 0,8%).
Já o percentual de empregados com carteira assinada no setor privado atingiu 74,4%. Santa Catarina liderou com 88,0%, seguida por São Paulo (82,8%) e Rio Grande do Sul (82,0%). Os menores percentuais ficaram no Maranhão (51,9%), Piauí (52,4%) e Paraíba (55,3%).
O trabalho por conta própria representou 25,3% da população ocupada. Maranhão (33,1%), Pará (29,9%) e Amapá (29,1%) figuraram com os maiores percentuais, enquanto Distrito Federal (17,5%), Acre (19,3%) e Goiás (21,5%) registraram os menores.
A informalidade nacional alcançou 37,8%, puxada para cima por Maranhão (57,0%), Pará (56,5%) e Piauí (52,7%). Santa Catarina (24,9%), Distrito Federal (26,9%) e São Paulo (29,3%) apresentaram os menores índices.
O rendimento real mensal habitual foi de R$ 3.507. Houve estabilidade frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 3.497) e alta ante o mesmo trimestre de 2024 (R$ 3.373). Na comparação trimestral, o Sul (R$ 4.036) e o Centro-Oeste (R$ 4.046) foram as regiões com alta estatisticamente significante do rendimento, enquanto nas demais houve estabilidade. Frente ao 3º trimestre de 2024, o rendimento cresceu no Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
O relatório também reafirmou o recuo da desocupação em todas as faixas de tempo de procura na comparação anual, com destaque para quedas mais intensas entre aqueles com mais de dois anos em busca de trabalho — grupo que registrou seu menor contingente desde 2014.
O percentual de informalidade (37,8%) e a presença elevada de trabalhadores por conta própria em alguns estados reforçam a heterogeneidade da recuperação do mercado laboral brasileiro, ao passo que regiões como Sudeste e Sul seguem com massa de rendimentos mais elevada e estável ao longo da série histórica.
Impactos no mercado financeiro
O conjunto de indicadores aponta um cenário de melhora gradual, mas ainda assim heterogênea no mercado de trabalho brasileiro. Para a bolsa de valores, um ambiente com desocupação mais baixa tende a sustentar o consumo e fortalecer setores como varejo, bens de consumo e serviços. Já no câmbio, um mercado de trabalho firme pode contribuir para moderar expectativas inflacionárias, influenciando a trajetória da Paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL). No mercado de títulos públicos, especialmente nos vencimentos intermediários e longos, a redução do desemprego tende a reforçar expectativas de maior equilíbrio fiscal e estabilidade no prêmio de risco.
(ibge)
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